
Uma hora depois da confirmação oficial recebi o primeiro e-mail. Uma inglesa simpática dos recursos humanos, a apresentar-se e a dar-me conta que lideraria o "processo" de admissão à Clifford Chance que começaria logo ali. Naquele momento não percebi o que isso queria dizer, mas hoje - sim - já entendo.
Dois dias passados e já me arranjaram uma casa para as primeiras semanas em Londres. Tenho a morada, sei onde apanhar as chaves, mais duas páginas de instruções (!) para o acesso à casa e penso que aquilo até deve explicar como ligo o fogão e lavo roupa. Confesso que não li tudo.
Mas o "processo" não se fica por aqui.
Já respondi a 2 questionários online enviados por empresas sub-contratadas que me tomaram, cada um, aproximadamente 40 minutos. Neste momento já deve haver poucas coisas que não saibam sobre mim. Quantos cigarros fumo, onde vivi nos últimos 3 anos, a quem desejaria deixar o meu seguro de vida, qual o nome pelo qual prefiro ser chamada, quanto peso, onde tenho contas bancárias.
E há mais. Recebi um CD-ROM com acesso a uma data de informação de HR, desde benefícios salariais, férias, faltas, dress code, e uma quantidade infindável de informação, regras, códigos e formulários para fazer tudo e mais alguma coisa. Mais uma vez: passei os olhos, não li. Estou a ver que começo bem.
O meu contrato de trabalho tive que ler, mas nunca tinha ouvido falar de contratos desses com 42 páginas.
Já tenho a lista telefónica da equipa para me ir familiarizando com os nomes e saber "Who's who" naquele sítio. Afinal, são cento e tal pessoas para conhecer, gerir e cumprimentar diariamente.
A aventura começou, ainda estou aqui sentadinha na minha secretária em Lisboa e já pressinto o que aí vem. Vai começar a dança!
LL