31 de março de 2010

Easter Break

Os ingleses não têm muito jeito para fazer conversa de ocasião. Dentro das quatro paredes do escritório toda a gente pergunta a mesma coisa a toda a gente - "Are you busy today?". Desde colegas, à empregada do restaurante, à senhora das fotocopias, à empregada do cabeleireiro. E embora ninguém esteja interessado se estás ou não ocupado, se tens ido jantar e dormir a casa, a coisa dá para uns minutinhos de conversa sensaborona, o suficiente para o elevador descer os vinte e tal andares e te devolver ao mundo real ou para arranjares qualquer coisa para ler que te justifique não teres que deitar conversa fora. Esta semana a coisa evoluiu um pouco e – loucura!! – de repente a moda é perguntar onde se vai passar a Páscoa. Repeti tantas vezes o programa – em versão extensa, em versão despacha, em versão mete-te_na_tua_vida – que ate eu estou confusa com o que realmente vou fazer!

Mas os bilhetes de comboio não enganam: vamos para Edimburgo&arredores, passar uma Páscoa diferente!

Prometo voltar na próxima semana com novidades.

Ate lá!

Mais um


Ontem o jantar foi aqui - DimT – garanto-vos – a vista não é apenas uma montagem! No prato mais do mesmo, mas este sitio vale mesmo pelo passeio até lá e pelo ambiente. Mais um BBB para a lista!

29 de março de 2010

Um domingo


O dia de ontem convidou a um passeio sem rumo nem destino, guiados por um sol pálido e pelo movimento serpenteante de pessoas sorridentes trazendo crianças brancas e loirinhas pela mão. Começámos pelo Regent's Park e acabámos no ponto mais alto de Primrose Hill, com uma vista fantástica sobre a cidade. Hei-de lá voltar quando o clima prometer um pôr-do-sol em tons rosa, daqueles tão serenos quanto inquietantes.

26 de março de 2010

Eu gostava de deixar aqui algo de inspirador para o fim-de-semana mas só me ocorre dizer que tenho muito sono! A última vez que jantei em casa foi na passada segunda-feira e - não estou certa – mas acho que a última vez que me sentei no meu sofá foi aí há uns dez dias. As expectativas para os próximos dias não são criar muitas raízes em casa pelo menos até domingo! Isto para vos dizer que é tudo muito bonito, mas o corpo é que paga. De qualquer maneira isto passa e logo ao fim da tarde as linhas de metro hão-de ir dar a todo o lado, menos a casa!

Divirtam-se!

24 de março de 2010

West End

Ontem alinhei pela primeira vez numa ida a um musical. Sempre fugi a esse tipo de programa enquanto turista em Londres por ter a cabeça cheia de preconceitos anti turismo de massa e ter aversão a enchentes de malta de mapa no bolso e sapatilha no pé. Que pena.
Ontem diverti-me imenso no Mamma Mia e não só fiquei com vontade de ver todos os outros musicais das portas ao lado, como senti pena daqueles que não vi. Quem esteja a pensar vir ver um musical (e seja novato nestas coisas como eu) pode ficar satisfeito com esta escolha, mas os actores/cantores não cantam tão maravilhosamente como eu estava à espera e acho que posso (do alto do meu desconhecimento de técnica vocal) arriscar dizer até que todos os homens do elenco cantavam tão bem como uma cana rachada. Compensou o facto de ser um musical divertido com a historia gira que se conhece e tornar-se irresistível ao fim de 5 minutos começar a cantarolar com eles os sucessos dos ABBA e dançar disfarçadamente na cadeira!

23 de março de 2010

E ainda...

E porque o fim-de-semana não se limitou pelo charme a Este, aqui vão mais uns relatos da maratona sob a forma de dicazinhas:

Sexta-feira jantámos no Barrafina, um restaurante espanhol de tapas. Até aqui tudo bem. A particularidade deste sitio é a exiguidade do espaço e a ausência de mesas, pelo que toda a gente se senta ao balcão e janta com o nariz em cima dos cozinheiros e da grelha onde se preparam os mais variados mariscos que tornaram este restaurante mais um item da longa lista de must go restaurants. Ora, se à partida estes parecem ser motivos fortes para não valer a pena a visita, a verdade é que são precisamente esses que justificam longas filas de gente à porta. Depois de se chegar ao balcão (coisa que invariavelmente demora o seu tempo, por motivos óbvios) ai começa o filme. É difícil fugir à conversinha de ocasião com quem se senta ao nosso lado, quanto mais não seja porque passamos o jantar todo a dar umas cotoveladas inadvertidas e porque há sempre forma de nos apanharem na curva, tipo perguntar se o prato que escolhemos está bom. Na nossa rifa saiu um casal (ou casal to be), ele Libanês, ela Japonesa que estavam muito interessados em saber que língua falávamos nós tão alegremente. Daí acabámos por saber onde trabalhavam, onde viviam e que ela afinal não só queria à forca toda casar com um homem Português, como já tinha tido dois affaires nacionais. O que valeu mesmo foi sermos abordadas apenas no café, senão saberíamos muito mais.

Domingo foi dia de ser romano em Roma e almoçar num pub ao lado de minha casa. Fomos ao The Eagle, que vende caldo verde e "beef Ana" e tem uma águia pendurada na parede. Se o gajo do balcão tivesse bigode (barrigudo já ele era) e vendessem arroz de frango, ia jurar que aquilo era uma sede disfarçada do benfica.

20 de março de 2010

Charme a Este


Gostar de East London não é óbvio, mas inevitável. O que lhe falta em casas arranjadinhas e pintadas de branco e cores creme, em ruas impecavelmente limpas e ornamentadas de carros topo de gama, em senhoras inglesas distintas a passearem os seus poodle, em lojas selectas e caras, sobeja-lhe na pinta das galerias, no estilo dos transeutes, no surpreendente que pode ser virar cada esquina e dar de caras com uma realidade a cada passo distinta – melhor ou pior – mas com personalidade. A dicotomia entre East e West London pode assemelhar-se à diferença entre o prazer monótono em contemplar uma mulher de etérea beleza e o desafio empolgante de amar uma mulher com defeitos surpreendentemente intrigantes. East London pode ser sujo, pode cheirar a kebab, mas tem charme. E cada dia tenho mais certeza que não poderia viver noutro sitio senão em East London.

A chuva miudinha de sábado de manhã não me demoveu de explorar um pouco mais do meu bairro - a pé - como se deve conhecer esta cidade. Esqueçam andar de metro de um lado para o outro se querem descobrir e ser descobertos por esta cidade. Comecei por Exmouth Maket (http://www.exmouth-market.com/), uma rua não muito extensa mas com lojas, cafés e restaurantes, porta_sim_porta_sim. O dia não convidava à esplanada, mas segundo quem cá vive há mais tempo, esta pequena rua nos dias amenos de sol consegue reunir enchentes e ser um sitio muito agradável para ver a banda a passar. Fica a 5 minutos da minha casa, o que é bom.
Dali partimos (entretanto acompanhada de uma amiga que encontrei por ali) para Brunswick, uma espécie que centro comercial ao ar livre, que vale uma visita ao sábado, dia em que se reúnem ali barraquinhas com petiscos de todos os países do mundo e onde se podem experimentar iguarias a preços simpáticos nos intervalos entre as lojas. Portugal estava lá representado e com uma barraquinha muito concorrida, por sinal.
A tarde foi dedicada a admirar diamantes e outras jóias da coroa na Tower of London, qual turista entre turistas. Vale a pena uma visita com tempo, para ler sobre todos os segredos guardados naquelas torres, circundadas pelos corvos que ali habitam e alimentam a lenda.
O sábado termina ainda a Este, com um jantar&saída no Hoxton Square Bar and Kitchen (http://www.hoxtonsquarebar.com/), boa música, boa conversa, bom espírito!
LL

18 de março de 2010

Ping Pong

Eu imagino que já andem todos enjoadinhos até aos olhos de me ouvir falar de jantares, restaurantes, comida, comida... Mas ela não faz mais nada do que andar a comer a toda a hora?? Aguentem lá, afinal são só duas vezes ao dia e nem sempre vale a pena o registo para memória futura! E toca a apontar mais este na vossa listinha de sítios obrigatórios BBB na próxima visita à cidade do Tamisa - Ping Pong -
ora, a minha boquinha bem que andava enganadinha a achar que conhecia (quase) tudo o que havia de jeito para trincar... e não é que coisinhas como estas, com este ar estranho e nome igualmente exótico (dim sum) me tinham passado ao lado??
Ponham-se mas é no primeiro voo em conta e dêem um saltinho a esta cidade - acreditem - fome não levam daqui!

LL

17 de março de 2010

Delegação Portuguesa


A delegação portuguesa responsável por eu estar em Londres aterrou cá hoje e andará por aqui durante os próximos 2 dias. Até lá sinto-me como a menina do colégio a apresentar os pais aos colegas por ocasião da festa de Natal.

Hoje jantámos num restaurante chinês galardoado com uma estrela michelin, o
Hakkasan http://www.hakkasan.com/
e percebi que num restaurante aconselhado em todos os guias como paragem obrigatória para verdadeiros fãs de gastronomia de top, nenhum pormenor pode ser deixado ao acaso: uma refeição absolutamente indescritível, um verdadeiro desafio ao paladar mais atento, uma surpresa em cada prato, uma festa de sabores e de cheiros. Um ambiente intimista, eu diria até que de certo modo intrigante, salas comodamente escurecidas e um aroma intenso a sândalo, um serviço irrepreensível.

Quando a carteira pesar e o paladar mais exigente chamar - sem dúvida - um sítio a visitar.

LL

Lunchtime concert II


O concerto de hoje teve um sabor especial. Para além de proporcionar uma vista fantástica do 30º sobre a cidade, foram advogados e a professora de piano da casa que interpretaram Beethoven, Bach, Liszt, Schubert e outros.

St Patricks Day


Hoje é St Patrick's Day, o dia em que se usa verde, se bebe Guinness e se celebra o padroeiro dos Irlandeses também em Inglaterra.
LL

16 de março de 2010

À mesa vietnamita

Ontem foi dia de comida vietnamita neste restaurante BBB - Pho
Fica a 5 minutos a pé de minha casa, por isso prevejo que venha a tornar-se uma espécie de cantina na zona.
LL

12 de março de 2010

Missão suspensa para balanço

Um mês depois volto a Portugal, desta vez para ver a família, os amigos e sentir o cheiro da maresia e sargaço como só o Norte tem. Ate já.

LL

10 de março de 2010

Foi aqui

que ontem enterrei o orgulho azul e assisti à grande banhada do nosso FCP! Valeu pelo espírito, pelo ambiente, pelo estádio! Ainda que hoje tenha acordado com uma valente dor de garganta pelo frio que apanhei!
LL

8 de março de 2010

Um fim-de-semana em 3 penadas

Sexta-Feira
Jantar perto de Holborn no Villandry Kitchen, um restaurante clean, simples e simpático

Sábado
American style brunch no Automat, dignos de nota os eggs benedict e os milkshake tamanho XXL
Domingo
Acordar com um sol maravilhoso e lançar-me num tour pelos três mercados perto da minha casa:
Columbia Market, conhecido como o mercado das flores, um verdadeiro desafio aos sentidos

Brick Lane Market, uma espécie de feira da Ladra gigante, cheia de tralha velha e gasta. Vale a pena pela fauna que por lá anda
Spitalfields Market. Outra pinta, outra qualidade. Este mercado vale muito a pena para comprar peças únicas de designers desconhecidos.
.... e acabar o fim-de-semana a jantar em casa de Portugueses. Começar com um caldo verde, passar por um bacalhau com broa acompanhado de um Douro e terminar com um Nespresso. Tudo o que eu podia desejar para matar saudades de casa!
LL

5 de março de 2010

As surpresas continuam

Quando finalmente me decidi a comprar online umas coisas há tanto tempo adiadas – uma capa para evitar que as molas do meu colchão acabem com a minha coluna para sempre, bilhetes para um musical (o mais óbvio, Mamma Mia, para começar) também para acalmar a perplexidade do meu pai por ainda não me ter entregue a um programa cultural em Londres e os bilhetes para a minha Easter break – qualquer coisa correu mal à terceira, de modo a que o meu bom nome na praça não chegou para literalmente comprar uma passagem para Edimburgo. A irritação miudinha começou quando, umas horas mais tarde, tentei comprar umas coisinhas numa loja e tive que levar com a menina de sorriso simpático a dizer que "népias, tira o cavalinho da chuva, queres comprar paga com dinheiro que o teu banco não te autoriza". Mau! Comecei a suspeitar que alguma coisa estava mesmo errada ali. Depois de uma hora ao telefone com pelo menos 5 operadores do call center – já que nenhum deles era verdadeiramente a pessoa certa para tratar do assunto, "não estou bem a perceber qual o problema, vou passar a alguém que a possa ajudar", "não sei mas vou passar a alguém que saiba", "sim, claro, mas está a falar para o departamento_de_apoio_a_reclamações_de_clientes_blá_blá_blá e deve falar com o departamento_de_apoio_a_clientes_blá_blá_ com_problemas_em_transacções_online" – lá consegui chegar à fala com alguém que finalmente me conseguiu explicar a forma bizarra como funciona por cá a relação Banco/Cliente: basicamente os bancos por cá funcionam como uma espécie de pais ou de suprema voz da consciência, actuando de forma voluntária e discricionária, autorizando (ou não!) as operações bancárias dos clientes consoante considerem essas operações "normais" ou "anormais" - para os critérios deles, claro. Ora, como é possível uma mesma pessoa lembrar-se de comprar, no intervalo de uma hora: uma capa de esponja para um colchão, 2 bilhetes para um musical e 2 bilhetes de comboio (sim, esta parte a mais estranha: tem dores de costas e vai meter-se 4 horas num comboio???? No way!)?? Toca a cancelar isto tudo!

Foi assim por isto que fiquei impossibilitada de usar o meu cartão e gastar o meu dinheirinho durante 12 horas, até perceber que daqui em diante vou ter que avisar (espero que não inclua pedir com jeitinho) o meu banco cada vez que me der na gana comprar umas coisas descasadas e saltar sem pudores de uma Ted Baker para o Primark, ou sempre que tentar à má fila ir gastar libras para outro país. É assim meus amigos, querem fazer das boas toca a confessarem-se ao banco!
LL

3 de março de 2010

Porridge oats

E até eu que me tenho como uma mente aberta no que a gastronomia diz respeito, não consigo encaixar esta coisa nem à lei da bala. Mas realmente depois de vê-los tão contentes a encherem taças gigantes desta pasta pegajosa dei o benefício da dúvida e provei uma, provei duas. E não dá, não dá mesmo. Já passaram 2 horas e continuo enjoada.

1 de março de 2010

3 Ilustres visitas

A época de visitas dos amigos inaugura-se assim com a presença da família Santos Silva por terras de Sua Majestade, à cabeça com o herói Dioguinho que não só já conheceu e correu pelo hall cá do escritório como almoçou os seus primeiros noodles do Wagamama com pauzinhos, como gente grande!
 
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