30 de junho de 2010

Valeu rapazes....

Encontrámo-nos no Café Kick em Exmouth Market 30 minutos antes da hora do jogo. Não podia ser mais oportuna a escolha do local naquela noite – é ali mesmo ao lado de casa que se bebe Super Bock fresquinha e se prometem em letras garrafais o melhor prego no pão e o autêntico pastel de nata.
Nem o calor sufocante nem a exiguidade do espaço demovem aquelas almas esperançadas lusas que cantam inflamadas e a plenos pulmões o hino que as une e naquele momento ninguém tem dúvidas que vamos levar a melhor no tão aguardado duelo ibérico – pelo menos ali conseguimos que os espanhóis mal se façam ouvir.
Ao intervalo a massa de adeptos nervosos e dos apenas curiosos já ultrapassa a porta e espalha-se cá fora por onde der, olhos postos concentrados no mesmo relvado. Mas a promessa de glória dissipa-se por ali, nos 45 minutos que se seguem. E a certa altura eram já os ingleses a dar pancadinhas nas costas de portugueses destroçados, como se a comiseração pela derrota alheia lhes confortasse também o orgulho ainda ferido das quatro facadas alemãs.
Acabámos a jantar numa esplanada como se quer nestas noites quentes de Verão em Londres. Já não se fala de futebol nem se decide o onde e o a que horas do próximo jogo. Bem que este entusiasmo nacional podia ter durado mais uns tempos, mas enquanto foi, lá isso valeu…

29 de junho de 2010

Como se vive desde domingo o Mundial 2010 no n.° 10 de UBS – os factos

As referências ao mundial e à selecção inglesa desapareceram subitamente dos emails trocados internamente e com clientes.
Os cup cakes com a cruz vermelha no topo que se vendiam como ginjas no bar parece que começaram a causar amargos de boca.
As televisões do restaurante começaram a passar noticiários e documentários com 10 anos de idade sobre tribos na amazónia e golfinhos à hora dos jogos.
De repente toda a gente se interessa por cricket.
Recuperou-se o velho hábito de trabalhar entre as 7pm e as 10pm.
O Kompensan® e outros do género para a azia esgotaram no Boots aqui por baixo.

25 de junho de 2010

É por aqui que agora se celebra a lusofonia

O City of London Festival (http://www.colf.org/about-the-festival.cfm) surgiu pela primeira vez no Verão de 1962 com o objectivo de trazer uma dinâmica diferente à cidade durante algumas semanas, celebrando a arte nas suas mais variadas formas e chamando as pessoas para um encontro informal com essa arte quer nas ruas, quer nas várias salas de espectáculos da cidade. (Provavelmente não se trata de uma coincidência, mas) 48 anos depois o tema do festival é "the portuguese speaking world" e acho que quando andavam a convidar os embaixadores do evento eu devia ter o telefone desligado ou no silêncio.
A agenda do festival inclui fado & guitarra portuguesa, gastronomia e vinhos portugueses, filmes de realizadores nacionais, workshops, fóruns de literatura e tantas outras coisas que transpiram a nossa cultura e a dos povos que partilham connosco a língua de Camões. E o mundo é uma ervilha tão pequenina que o meu escritório vai receber no seu edifício - na qualidade de patrocinador – um fórum de literatura de um escritor meu conterrâneo.
Portanto já sabem – se aparecerem por cá até meados de Julho, não deixem de ir espreitar qualquer um dos programas porque vai valer a pena.

E também integrado no evento, o conceito mais engraçado de "arte para todos" – chama-se "Play me I'm yours" (http://www.streetpianos.com/london2009/), e são nada mais nada menos do que 30 pianos espalhados pela cidade para quem quiser tocar! É toda uma cidade a fervilhar no Verão!



24 de junho de 2010

Já não me bastava

O café, os cigarros gregos de mentol, roer as unhas e outras coisas do género, agora descobri as Wasabi peas. E desde então são 200g por dia, dificilmente menos. Odeio esta minha facilidade de apanhar vícios.

23 de junho de 2010

7-0

Não tive oportunidade de ver o jogo. Mas deu-me um gozo bestial andar a mostrar os 7 dedinhos aos meus amigos ingleses.

22 de junho de 2010

Restaurantes & coisas

Quando se trata de visitas a coisa fica mais séria e as escolhas de restaurantes, pubs e afins têm que ser mais certeiras… Muitos dos sítios por onde passamos este fim-de-semana também eram novos para mim, mas as sugestões eram (tanto ou mais) avisadas (do que aquelas que eu pudesse dar) e cada um dos momentos à mesa acabou por ser uma excelente surpresa.

The Modern Pantry
Há sempre aquela ideia pré-concebida de que os sítios que ficam mesmo debaixo do nosso nariz não devem ser nada de especial. Talvez porque associamos a qualidade a uma espécie de recompensa por um esforço qualquer – como atravessar a cidade de lés-a-lés e passar as passas do Algarve no metro de Londres ao fim-de-semana para ter direito a jantar num bom restaurante.
Mas este restaurante fica ridiculamente perto da minha casa, no primeiro andar de um prédio todo bonitinho com uma vista privilegiada para uma praça simpática ali à frente. Não se trata de uma daquelas cadeias que não traz nada de novo ao paladar, mas um restaurante único onde se servem pratos de autor que vão variando consoante a vontade da chef e o que se vende no mercado. Com um preço ligeiramente acima da media – como se espera num sitio que nada tem de medíocre – mas cuja experiência vale cada penny que se deixa ali.

The Electric Brasserie
Era mesmo isto que nós desejávamos: (i) um prato que reunisse coisas tão improváveis quanto calóricas para confortar a alma a um domingo de manhã depois de uma longa noite, (ii) uma esplanada para ver a banda passar e (iii) visitar West London. Ora nem mais, acertámos em cheio. Mais um sitio de brunch para somar à lista em Portobello Road.

Founders Arms
Não estava muito convencida de que fosse necessário atravessar uma ponte e fazer 30 minutos de transportes para encontrar um bom pub em Londres, mas retirei o que disse nos primeiros 2 segundos em que lá cheguei. Eu apelidaria este pub como "the view" por razões óbvias. Imaginem agora o fim de uma tarde fantástica de sol e uma boa conversa acompanhada de uma selecção de cervejas de todo o mundo em cima da mesa. O jogo do Brasil perdeu todo o destaque visto naquele pub, não haja dúvida.

18 de junho de 2010

E o que acontece quando nos juntamos os 5?

Não sei. Mas é o que vamos ver este fim-de-semana. Isto promete com a chegada dos primos Melos a Londres!

Bom fim-de-semana

17 de junho de 2010

The Swan Lake

No interregno entre umas semanas de trabalho alucinante e o começo de outra saga de trabalho alucinante, lá tive tempo de ir (calmamente, sem atropelos e sobressaltos) ver um bailado e – imaginem lá a sorte – até consegui chegar a tempo de ver as duas partes dentro da sala, sentadinha no lugar pelo qual tinha pago.
Mais uma vez fiquei fascinada, incapaz de me segurar encostada na cadeira sossegada, na tentativa de absorver cada detalhe e não perder pitada. Fico sempre dividida entre apreciar o ritmo sincopado dos arcos dos violinos da orquestra ou o que se passa no palco, mas desta vez foi mesmo impossível ficar indiferente àqueles bailarinos (segundo a minha humilde opinião) tão fantásticos. Cinco estrelas para o local - Royal Albert Hall (http://www.royalalberthall.com/about/virtual-tour/default.aspx) – uma sala verdadeiramente de cortar a respiração.


16 de junho de 2010

E eu ate já tinha planeado fazer um post assim....

Se eu podia não estar presente no RIL 2010? Podia, mas não era a mesma coisa...


Não se pode ter tudo, olha! Boa sorte rapazes!

15 de junho de 2010

O dia em que fui à ópera

…e não cheguei a tempo.

Tinha comprado os bilhetes dois meses antes, depois de uns bons dias a pensar o qual, o quando e o quanto – já que escolher uma ópera não é assim por da cá aquela palha. Lá me decidi pela Royal Opera House e pela Le nozze di Figaro, de Mozart e afixei religiosamente no meu placard ao lado do computador o comprovativo do bilhete como quem não quer que se dilua no tempo a solenidade do momento. E embora o critério de escolha dos lugares tenha sido a fasquia dos 3 dígitos, até que ficámos numa localização bem digna e até diria que (o que) vi tão bem como aquelas senhoras de estola que se sentavam importantes na fila da frente. Tudo muito bem até ao dia em que o meu Outlook me relembra que dois dias depois é dia de ópera. E eu como personagem principal de uma das piores semanas profissionais da minha vida. Foram 3 dias de um jogo de cintura criativo para tentar convencer tudo e todos que naquela 4f eu não faria assim tanta falta a ninguém e que o mundo continuaria a ser o que é, ainda que eu cometesse a loucura de ir a uma ópera às 7 da tarde. E as minhas preces foram ouvidas, estava tudo a postos para a minha ida. Chegam as 6.30 e eu corro para o elevador, apresso a descida dos 25 pisos como posso, lanço-me loucamente em direcção ao metro por entre pessoas preguiçosas nas escadas e nos corredores, tentando evitar todos os factores externos que pudessem desacelerar a minha maratona. Chego – enfim – à ROH. O meu relógio marca as 7 em ponto. Disfarço a minha sofreguidão até à bilheteira – ainda tenho que levantar os bilhetes e não quero que se duvide sequer da minha legitimidade para receber os bilhetes e assistir à opera. Bilhetes em punho dirijo-me triunfante para a porta e eis senão quando um daqueles senhores que adora a profissão que tem (barrar a entrada de pessoas que já tiveram um dia de merda, se esforçaram tanto para chegar ali e acabam por morrer na praia) me diz que infelizmente o primeiro acto começou há 5 minutos e eu não posso entrar. (.....) Por melhor que eu escrevesse, não conseguiria descrever o que senti naquele momento. Raiva? Desilusão? Irritação? Tudo isso. Mas ainda tentei… "Vá lá, deixe-me lá entrar… tenho ideia que o meu lugar é assim num cantinho…ninguém vai dar por nada, prometo… pleaaaaaseeee", mas a minha esperança esvai-se quando os atrasados seguintes acatam serenamente a nega, ao melhor estilo britânico. E lá fui eu, furiosa na minha inconformidade lusa até um andar esquecido e pobre daquele belo edifício, assistir ao primeiro acto por uma televisão. Eu e mais uma dezena de totós como eu. Certamente advogados. Uma hora e meia a assistir à obra prima de Mozart pela televisão.

14 de junho de 2010

Ora então foi assim

Desengane-se quem achava que - ainda que debaixo de agua - eu não arranjava um tempinho para dar umas escapadelas e somar mais alguns à lista.

As últimas tendências de fim-de-semana têm apontado mais para West London e por isso as propostas em baixo são tão posh, quanto valem a pena atravessar a cidade para lá chegar.

Tom's Kitchen - Chelsea
Aquele sitio que pretende ser despretensioso mas que rapidamente se percebe que não é. A decoração é clean e simples, mas os pequenos pormenores fazem a diferença e tornam aquele sitio um must go. Nas mesas ao lado as amas a cuidar dos meninos loirinhos e perfeitinhos enquanto as mães lêem as ultimas revistas de gossip vestidas pelas marcas caras dos pés à cabeça, mas supostamente descontraídas e desalinhadas. Pela lista achei que aquilo vale mesmo a pena pelo brunch, mas convém estar preparado para pagar pelos eggs benedict o preço de serem postos pela galinha dos ovos de ouro.

Chelsea Farmers Market
Não posso dizer que estive mesmo lá - ou posso dizer que estive quase lá - mas uma hora de fila já me dá direito a dizer qualquer coisa sobre o assunto. Acabamos por ir almoçar na porta ao lado (muito frequente quando não se marca mesa nos bons sítios em Londres), mas aquela esplanada, a musica a dispor bem, as jarras de sangria a passar, deixaram-me com muita, muita vontade de lá voltar. E da próxima vez para experimentar.

E ainda….

Bocca di Lupo
Fica em pleno Soho por isso é conveniente para quem quer fazer a ronda dos bares por ali. Um italiano de nível acima da média, mas que infelizmente se paga a preço de topo. Não fosse isso só tinha a dizer bem.

Barrio North
E voltando à minha tão amada East London: este bar fica em Angel, numa rua de bares porta sim, porta sim, mas este percebe-se claramente que é o mais concorrido. E o motivo é facilmente identificável – este bar é descontraído, tem musica gira e uma auto caravana lá dentro. Bons motivos para se passar ali um bom bocado, portanto. Fecha à 1am por isso convém aparecer cedo.

11 de junho de 2010

Cheguei

com vida ao fim-de-semana.

Esta semana foi uma semana muito difícil e em que cresci uns centímetros mais como advogada e como pessoa. Eu não diria que é às vezes (como se costuma dizer) mas SEMPRE que temos que passar pelo extremo para sermos forçados a dar um passo em frente e arriscarmos mais, sermos mais certeiros, mais confiantes. As dores de crescimento doem muito. E é um misto de desafio e angústia pensar que nesta profissão as dores de crescimento nunca passam pois nunca se chega a uma zona de conforto em que se pode meter a viola no saco e pensar que dali para cima não há mais. Mas é por isso mesmo que eu amo aquilo que faço. Sou um ser que vive da adrenalina, que precisa de a sentir nas veias para ter a certeza que há vida em mim. Só que em alturas como esta - quando se acumula o cansaço, a irritação, a impaciência e o desespero - tenho que repetir muitas vezes de mim para mim o quanto gosto do que faço e lembrar-me que não seria feliz a fazer outra coisa qualquer para não arrumar as minhas coisinhas e ir vender ilusões para um pais com sol e praia e liberdade e ar puro a iluminar-me o rosto. Mas isso são mesmo ilusões. Porque no momento a seguir, em que faço o balanço disto tudo, fico em pulgas para saber como será a próxima. É uma espécie de um vicio que nos move. E foram os pequenos gestos de amizade, de apoio, de desenrasca-me aqui esta coisinha que estou aflita que me fizeram pela primeira vez sentir-me verdadeiramente parte desta família. Uma família grande, distante, individualista, com os seus defeitos como todas as famílias que se prezam. Não como a minha família portuguesa da Duarte Pacheco, mas uma família. E a prova disso é o copo que vou tomar logo à noite como sinal de que quem mora ao lado pode parecer distraído mas repara que precisas de beber um belo de um copo no fim de uma semana destas para esquecer. E celebrar.

Bom fim-de-semana
LL

9 de junho de 2010

A room with a view

Londres no fim da tarde de ontem

8 de junho de 2010

Swamped...

Eu gostava de ter tempo para vir aqui dizer uma graçola como deve ser, fazer as continhas do que anda a acontecer por cá, dizer-vos que amanhã vou à opera se conseguir fugir daqui sem que ninguem me veja – enfim - pedir-vos que não desistam de mim porque eu estou atolada mas um dia destes volto para escrever algo mais interessante do que uns míseros posts de duas linhas. Até lá torçam por mim (ainda não me chegou ao escritório nenhuma das encomendas que fiz aqui).

7 de junho de 2010

Dilema feminino

Porquê que na véspera de cortar o cabelo, acho sempre que ele está fantástico, super espectacular, melhor que nunca e que me vou arrepender de lhe pôr com as tesourinhas para todo o sempre?
Mas nem isso me demoveu e agora sim – pareço uma verdadeira bifa e (segundo opiniões avisadas e amigas) uns 5 aninhos mais nova. Fixe.

4 de junho de 2010

Nozes a mais podem dar cabo dos dentes

 Sat




26°C | 14°

Sun




19° | 14°C
                                                                                                    
Não se pode ter tudo é verdade. E já me tinham avisado que em Londres era assim, que a Primavera nunca chega para sempre e que o Verão é coisa para países que vivem perto do coração do S. Pedro.

2 de junho de 2010

4


Esta fotografia dispensa explicações. Se um dia esta pequena se lembrar de ler as coisas que a tia escreveu, pelo menos vai perceber que mesmo à distância fiz questão de estar presente. E este sorriso já fez o meu dia.

1 de junho de 2010

As coisas que esta cidade me põe a fazer

Ir ver esta noite o SATC 2 com 6 gajas (o que eu não gozei com as que foram ver o 1 em grupinhos de 4)

Ir ao Capital FM Summertime Ball a Wembley no próximo domingo (depois de ter comprado os bilhetes naquela, sem me questionar antes quem eram aquelas pessoas que eu ia ouvir – e chegar à conclusão que nasceram todos no X Factor)
 
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