27 de janeiro de 2011

Um passeio pela linha média do globo

A vontade sôfrega de explorar esta cidade tem começado a adormecer com o tempo e com o sentimento crescente de que estou em "casa" e aos poucos vou preferindo ir aos sítios que conheço e que sei que não me vão causar surpresas desagradáveis. Mas a recente visita dos progenitores obrigou-me a puxar pela imaginação para tornar esta cidade interessante para turistas que já cá estiveram pelo menos mais de uma mão cheia de vezes. Metemo-nos no metro pela fresquinha e 20 minutos depois chegávamos a Greenwich, a qual deu nome àquela linha imaginária que estudávamos na escola e que eu também me lembro de uma vez ter visto marcada no chão ali algures em Espanha - coisa que não sei se me trará alguma espécie de fortuna eterna, pois, passar duas vezes pela respectiva linha há-de querer dizer alguma coisa. Mas voltando a Greenwich: a linha está lá sim senhora, e também estão um museu interessante sobre o tempo, um manto verde fantástico para uns piqueniques quando o calor aparecer por esta terra e uma vista fantástica sobre… o meu escritório. Podia ser sobre coisa mais emblemática, é certo, mas ainda assim sabe sempre bem ver o escritório (ao) longe durante o fim-de-semana.

26 de janeiro de 2011

Os dilemas de LL

Voltou o frenesimzinho laboral do qual estou sempre a queixar-me mas sem o qual não sei viver. É uma espécie de atracção para o abismo esta minha capacidade de dizer que "sim" a tudo e depois descobrir que 24h por dia afinal não chegam para eu concretizar o sonho de um dia vir a ser Super-Mulher e porem-me aqui uma estátua à porta. Só por isso ainda não vim cá com tempo e modos contar-vos as últimas incursões pela linha do tempo médio em Greenwich, nem as descobertas recentes de live music em Chalk Farm e ali à volta.

23 de janeiro de 2011

1

Há um ano cheguei a esta cidade. Chegámos. Carregados de malas e de esperança. Mas o tempo mudou-nos. Hoje não consigo evitar levantar um pouco do véu 'proibido' da minha intimidade e deixar escapar que (hoje) o sentimento é contraditório e confuso. Porque há dias que nunca vamos ter vontade de celebrar. LL

21 de janeiro de 2011

The Guinea

Meus amigos, antes de partirmos todos felizes e contentes para o fim-de-semana, venho cá dizer-vos que não desapareci e que estou bem de saúde - obrigada. Esta foi uma daquelas semanas quem nem nos apercebemos que de facto aconteceu, tal é a forma como nos afundamos em afazeres e coisas afins. Depois de começar a semana em mais um curso aqui, praticamente estive desde então a tentar recuperar do choque de passar de um espírito pós ano novo em que toda a gente (incluindo os nossos clientes) andava num modo zen e a coisa só dava sorrisos e coisas positivas, para o mundo real em que anda tudo stressado (penso eu) a tentar morrer mais depressa. Mas esta semana quebrei o silêncio para vos falar de um jantar muito especial num sitio igualmente especial – com os progenitores de visita, a menina esforça-se para que partam daqui satisfeitos e felizes. De modo que escolhemos o The Guinea, em Mayfair, para a ocasião. Um ambiente acolhedor a meia luz a fazer lembrar uma casa cheia de história, os empregados muito aprumados com trejeitos de mordomo, uma carta consistente, tradicional, sem grandes invenções. O sitio certo para o momento certo.

13 de janeiro de 2011

Home House Club

Esta cidade tem segredos bem guardados, escondidos por trás de fachadas sumptuosas, como este onde estive ontem. Um verdadeiro cenário de príncipes e princesas!


11 de janeiro de 2011

7 de janeiro de 2011

100 anos depois

Os jornais dizem que o passado mês de Dezembro foi o mais frio dos últimos cem anos. Puxa vida, S. Pedro não faz a coisa por menos.
No dia do nevão (de 3 horas!) que deu origem ao caos no transporte aéreo em Londres e que lixou o Natal a muitos, eu estava tranquilamente a sair de casa, para uma sessão de patinagem no gelo em Somerset House. O que inicialmente foi uma surpresa agradável e alguns "ai que giro está a nevar e ainda por cima é Natal, parece um cenário de filme" - momento em que ainda tive pachorra para tirar a fotografia em baixo, a qual bem ilustra a minha ignorância em relação ao que se iria passar a seguir – passou a uma caminhada silenciosa, qual travessia no deserto, mas só que debaixo de uma tempestade de neve. Não conseguia sequer abrir os olhos, as ruas pareciam-me todas iguais do pouco que conseguia vislumbrar através da cortina de neve, não havia vivalma a ter a mesma ideia maluca de andar a passear como nós. Valeu-me o sentido de orientação alheio para chegar ao destino. Depois desse episódio, seguiram-se vários dias de tropeções e derrapagens na neve esquecida pelos passeios, pois afinal diziam as vozes sábias que "nunca neva em Dezembro em Londres" e que podia bem esperar pelos saldos para comprar umas botas como deve ser para não andar a fazer figuras tristes. E agora que até adquiri o kit de neve completo, bem que o mesmo fica em casa à espera de melhores dias. Estamos de volta à rainy London, sem mulled wine, sem Christmas carols nem luzinhas de Natal para iluminar a disposição. Como eu odeio a ressaca do Natal.


No momento em que devia ter virado costas para regressar a casa
 

6 de janeiro de 2011

Um pouco mais a Norte

Passam poucos minutos das duas da tarde, quando o avião começa a sobrevoar Oslo e a fazer-se à pista. Lá em baixo, as primeiras impressões de uma paisagem branca, gelada, pontuada com casinhas coloridas bonitinhas e arranjadinhas aqui e acolá, uma calma e disciplina que se sentem ainda lá de cima. Chegamos ao Norte. O sol – já bastante oblíquo e morno – ainda se delonga naquela que é a sua curta jornada invernal pelos céus Noruegueses e torna a nossa chegada ainda mais especial. Umas horas depois, damos inicio à longa viagem de comboio que nos levará até aos tão aguardados Fjords – uma viagem marcada por paisagens impressionantes de vales, planícies e planaltos que cruza o país de este a oeste. A decisão de visitar os Fjords no Inverno foi arriscada, mas o destino premiou-nos com a sorte de encontrarmos um clima pouco usual para a época do ano: corríamos o risco de nos depararmos com nevões e ventos fortes, mas encontramos dias de sol (ainda que pálido…) para ajudar a suportar os 15 graus negativos. E compensou. Desde Voss, a Myrdal, a Flam, à "pérola" dos Fjords – Bergen -, doíam-nos os maxilares dois dias depois de passarmos o tempo boquiabertos com paisagens que temo que a minha humilde máquina fotográfica não tenha sido capaz de captar. Uma nota especial para a jóia da coroa dos Fjords - o percurso de comboio de 1 hora Myrdal-Flam, atravessando 20 túneis e paisagens verdadeiramente breathtaking (a imagem em baixo não foi a captada da minha máquina – mas imaginem a mesma paisagem pintada de branco mil vezes mais espectacular e imaginarão o que eu vi). Regressamos a Oslo para sermos surpreendidos com a inqualificável hospitalidade dos nossos anfitriões que tiveram o dom de nos fazer sentir em "casa" e em família. Com eles aprendemos a lição de que compensa dar mais e ser genuinamente melhor, porque só isso nos dá a verdadeira dimensão de humanidade e torna-nos gigantes. Bebemos aquavit, provámos as especialidades gastronómicas norueguesas, deambulámos pelas ruas de Oslo, passeámos por florestas geladas durante a noite e eu até caminhei sobre água…. gelada. E foi assim que trocámos promessas e votos para o novo ano quando soaram as 12 badaladas no nosso meridiano, numa parte alta com uma vista privilegiada sobre a cidade, enrolados em cachecóis, luvas e chapéus, deslumbrados com o fogo-de-artifício que se multiplica aos milhares pela cidade nessa noite, assumindo formas várias e diferentes cores que contrastam com a brancura gelada e muda da neve. Despedimo-nos 5 dias depois com o coração e a alma cheios de imagens e sensações que não queremos esquecer e deixamos no ar a promessa de um reencontro em Portugal – depois da minha ideia, no mínimo caricata, de convidar a família de Noruegueses a visitar-nos "lá no Norte". Um pouco menos a Norte, vá.

Flamsbana railway

5 de janeiro de 2011

Primeiras impressões do novo ano

Faz 5 dias que não fumo.
 
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