29 de julho de 2010

LL à descoberta dos autores britânicos

Depois de ter pedido uma sugestão aqui e do MysterOn me ter dado a conhecer o David Lodge, queria dizer-vos que valeu muito a pena e sugerir-vos que se lancem num dos muitos livros do senhor. Eu li (ou antes - absorvi sofregamente) o "Deaf Sentence" e adorei. Entretanto todas as sugestões que tenham - nao se acanhem, e eu agradeço.

26 de julho de 2010

Boa noite

Com um Punhado de estrelas algures do Norte de Africa



I was lying in my bed last night
staring at a ceiling full of stars
When suddenly it hit me
I just have to let you know how I feel

22 de julho de 2010

E entretanto

E desta feita vou ali a Marrocos inspirar-me e volto já.



Aceitam-se encomendas de especiarias e/ou tapetes e/ou quinquilharia variada (a taxas muito competitivas).

Entretanto deixei umas coisas agendadas para serem publicadas durante a minha ausência, para não deixar este canto entregue a si mesmo e totalmente silencioso.


Fiquem bem. Até lá.
LL

21 de julho de 2010

Está quase, quase

Féria
nome feminino
1. dia de semana
2. salário semanal do operário
3. rol, lista desses salários
4. [plural] dias feriados em que se suspendem os trabalhos oficiais
5. [plural] determinado número de dias consecutivos, destinados ao descanso de trabalhadores ou estudantes
6. [plural] figurado descanso
(Do lat. ferìa-, «dia de festa»)

20 de julho de 2010

That's how life is

Ter um problema doméstico era a última coisa que me podia acontecer em véspera de férias. Já passei uma hora em telefonemas sucessivos e não consegui evitar usar palavras chave como "poison" e "trap", o que fez com que o meu problema doméstico passasse a ser assunto do 25° de UBS. Já ouvi de tudo – desde que "é muito normal em Londres", que "eu até cresci no campo e não me importo nada" (vai lá viver p'ra casa então), que "há coisas piores" (a consolação recorrente para todos os males no mundo). Já houve debates se quem vai alombar com os custos devemos ser nós ou o senhorio (vamos ser nós mas eu até já me estou nas tintas). E já nem falo do gozo dos amigos e da família em mensagens e telefonemas vários. Obrigadinha a todos – sim?

19 de julho de 2010

Ainda sobre a amizade

Agora aqui sentada nesta secretária, entre papel e cabos e candeeiros e impressoras, para além da promessa de um fim de tarde vivido algures entre uma boa conversa e um copo meio vazio, meio cheio de uma coisa qualquer - mais uma daquelas promessas que deixo morrer do lado de lá da janela da minha sala sem tempo de honrar – e não fosse o calor teimoso que persistiu na pele não obstante os esforços de tentar compensar o exagero de um sol há tanto tempo adiado, já pouco restaria do fim-de-semana passado, senão algumas imagens captadas em fotografias e a memória vaga das conversas que se diluíram no arrastar lento e pesado de horas queimadas num lume deliciosamente brando e preguiçoso. E são esses vestígios de um momento bom vivido sem pressa entre amigos do agora e do depois, algures num recanto perdido na amplitude quente da Beira, que agora me pesam as pálpebras e me tiram as forças ao corpo, como uma resistência inglória em voltar à vida real, ainda que por uns escassos dias antes de pegar nas minhas coisinhas e partir de novo para uns dias mais de liberdade. Mas não sem antes me demorar um pouco mais por aqui esta noite, para deixar registado um obrigada à M., pelo momento e pela amizade.

16 de julho de 2010

No outro dia a minha flatmate perguntava-me se eu tinha alguma implicação especial com os brunchs dos restaurantes de Chelsea e Notting Hill. A explicação para correr para lá (quase) todos os fins-de-semana é porque não desiludem. E quem passa a semana a sonhar com uns bons eggs florentine não pode acabar desiludida. O ultimo fim-de-semana experimentamos o PJ's, em Chelsea – embora seja um pouco invernoso para um belo dia de Verão, prometi voltar a partir de Setembro para provar as coisas maravilhosas que vi passar para as outras mesas.

15 de julho de 2010

Um apontamento pragmático

A partir de ontem podem encontrar aqui ao lado uma "etiqueta" (passo a expressão à mente brilhante que se lembrou de designar isto assim) de Lugares e Sensações (a qualificação da "etiqueta" – sim – já é minha) onde reúno todas as impressões que vou tendo no que a restaurantes e experiências gastronómicas diz respeito. Dos que valem a pena, claro. De outro modo nunca os meus caros amigos se lembrariam de na véspera de uma escapadinha a Londres, andar a vaguear pela baralhação de ideias que anda por aqui, para aproveitar o que vale a pena. Ou que pode valer - não sei – há aí muitos guias à venda, mas eu prefiro sempre ouvir falar o garfo de um amigo.

E obrigada ao VV por me ter dado esta sugestão, ou não fosse pragmático o nome dele do meio.

14 de julho de 2010

Uma noite como outra qualquer

Esta pontada leve mas contínua no canto superior direito da cabeça não me deixa ignorar desde esta manhã que não devia ter bebido aquele último gole de vinho do Porto. Se calhar, o último copo também não me teria feito tanta falta assim. Mas que se lixe, o amanhã pode esperar e as amizades também se constroem em momentos assim: uma noite serena, uma varanda, uma garrafa de Dão e outra de Porto trazidas à socapa na mala de Portugal, um bocadinho de queijo aqui e mais uma coisinha ali, duas amigas, tantas estórias do passado, um presente que nada nos diz sobre o futuro. Só quando o relógio marca já a segunda hora do dia seguinte é que percebemos que a noção de tempo tem aqui uma dimensão diferente, mais vasta, mais imperativa, e por isso ontem à noite foi como se nos conhecêssemos desde sempre.

12 de julho de 2010

Comiseração

Há dias assim. Acordamos com os pés gelados, 5 minutos antes do despertador tocar. Enganamo-nos na torneira e não bastasse o choque da água gelada a lembrar-nos que temos um corpo que precisava do seu tempo para acordar, enfiamos com uma mão cheia de gel de banho de menta da cabeça. E quando finalmente aceitamos que os cereais esgotaram e que vamos ter que esperar 40 minutos e 3 linhas de um metro sufocante para comer qualquer coisa que se assemelhe a um pequeno almoço, já descemos 4 pisos do prédio e estamos a lançar a mão à maçaneta da porta da rua, altura em que percebemos que temos que voltar tudo atrás para recuperar o telemóvel esquecido algures entre um lençol mal esticado e as 3 alternativas de roupas que experimentámos naquela manhã. Sentir a primeira pinga a cair na cabeça e lembrarmo-nos que não só não trouxemos o guarda-chuva, como estamos de sandálias, pois afinal é Verão e não era suposto estar a chover. A meio da viagem esgota-se a bateria do iPOD e tentamos concentrar-nos em qualquer coisa animadora que nos distraia da lengalenga monótona e repetitiva dos transportes públicos desta cidade. Receber telefonemas que preferíamos não ter recebido. Apostar no cavalo errado para o almoço e ganhar como prémio uma mistela de vegetais meios crus e picantes o suficiente para nos causar uma úlcera no estômago. Dividir o café que se tentou tomar para dar um novo fôlego àquele dia entre a camisa branca acabada de estrear e a alcatifa imaculada do corredor mais concorrido do escritório. Estar prestes a acabar o que se está a fazer para fugir o mais que se pode de um dia infernal como aquele e alguém irromper pela nossa sala como se de um demónio de tratasse, a pedir uma coisa "urgente, se possível (mero exercício de retórica), para ainda esta tarde (quando o relógio marca as 6.30)" . Regressar a casa e não só encontrar a janela do quarto aberta como um grupo simpático de mosquitinhos ansiosos por passar connosco a noite.
Há dias assim, em que precisamos de nos convencer que há quem tenha dias piores.

9 de julho de 2010

Poet in the city

Subo pontualmente os 5 andares do prédio que separam a minha secretária do 30° piso e de uma vista desafogada onde – em dias raros de um sol como o de ontem – se consegue descobrir ao longe o emaranhado de cimento e vidro da City e - destacando-se como um troféu erguido com orgulho ao céu laranja fogo dos finais de tarde típicos do Verão Londrino - o singular Gherkin. Surpreende-me a quantidade de pessoas que respondeu ao chamamento literário lusófono e se deslocou a Canary Wharf para ouvir poemas declamados pela boca de poetas de cores e continentes diferentes, unidos por uma língua comum. No final da sessão de leitura, ninguém prescinde de um bom copo de vinho bebido ao som de uma guitarrada Portuguesa – cortesia dos anfitriões do evento - e tanto se demoram no aconchego daquele espaço, iluminado ainda por uma luz quente e tardia, que é com bastante dificuldade que a organização consegue dispersar a audiência, já a noite vai longa.
Eu – bem - eu estou ali por um acaso do destino. Um acaso de um mundo tão pequeno onde é possível acontecer um festival dedicado ao mundo lusófono em Londres, e, de entre os vários eventos, um vir a acontecer no edifício onde passo os meus dias e trazer um poeta que mais do que meu conterrâneo, era um grande amigo do meu avô. E por isso tive o privilégio de acompanhar o poeta no jantar que se seguiu e de conhecer pessoas tão díspares que dedicaram uma vida ao estudo da cultura portuguesa e que, quando falam de Pessoa, de Belo, de Régio, entre tantos outros, sabem bem do que estão a falar. Pessoas que conhecem os acordes e os poemas da música lusa, os contornos da nossa história e que nos engrandecem pela importância e valor que nos dão. Obrigada, Valter.

7 de julho de 2010

Constatação do dia

O meu domínio da informática parou naquela fase dos conhecimentos do Office na óptica do utilizador que tão bem ficavam no CV. Preciso urgentemente de ir passar uma temporada com jovens dos 10 aos 17 anos.

6 de julho de 2010

360°


O bar do restaurante Galvin at Windows fica no 28° piso do Hilton e tem uma vista de 360° sobre a cidade que dificilmente encontrará rival noutro prédio da cidade. Nunca me fascinou muito o ambiente de bar de hotel, nem pagar por um cocktail o preço de um jantar, mas sem dúvida que vale a pena ir lá espreitar.

5 de julho de 2010

Eu e o Croquet


Bastaram umas horas intensivas de treino e alguma (muita!) boa vontade dos meus parceiros de jogo para me sentir um ás desta coisa. Agora daqui para os jardins de HM há-de ser um instantinho.

2 de julho de 2010

Quando o tempo nos ensina a estar errados

No dia em que recebi a notícia que iria deixar de partilhar sala no escritório com uma Argentina sonora e sorridente como eu, para passar a estar à volta de 12 horas fechada numa sala com uma britânica de gema, super posh, super polite, super tudo – achei que não só a minha, mas as nossas vidas se iam tornar num pequeno inferno a partir dali por incompatibilidade de convivência e de feitios. Aliás, eu tinha a certeza que isso ia acontecer. Sonhava com isso. Imaginava-me durante um longo ano amordaçada e cinzenta como as roupas que ela usava e não vislumbrava outra possibilidade de escapar a tal sorte senão tornar-me de tal modo insuportável que fosse necessária intervenção superior (ou divina, quem sabe) para repor a normalidade às nossas vidas.
E o tempo foi passando e foram-se somando horas de convivência forçada, no início silenciosa, depois pontuada com uns pequenos gestos cordiais. As primeiras conversas pessoais surgiram tão naturalmente que nem me apercebi a evolução que era uma inglesa partilhar comigo coisas do seu mundo íntimo fora das 4 paredes de UBS. Hoje ela brinca com o meu timbre de voz e com as minhas trapalhices gramaticais, como eu gozo com o facto dela nunca ter ido a Camden Town e achar que Londres são as casinhas brancas e betinhas de West London.
E a prova de que as circunstâncias da vida e as pessoas nos podem surpreender, será eu estar amanhã a entrar num comboio em direcção a algures na periferia de Londres, a caminho de uma casa de família inglesa para a "festa anual" da família, onde se joga cricket, se bebe chá às 5 da tarde, se janta e acampa por lá. Há 4 meses atrás isto seria ficção ou algo mais perto de um filme cómico, hoje fico feliz por ter deixado que a vida me surpreendesse e mostrasse que posso estar errada, mais desta vez.

1 de julho de 2010

Sabem aquela sensação

de gostar daquilo que não se entende?
Pois. É o que sinto em relação a esta música. E se calhar em relação a tantas outras coisas.

 
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