23 de dezembro de 2010

Feliz Natal e essas coisas

A coisa esteve difícil, mas parece que vai fazer-se. Foram desde ameaças de greve, a aeroportos fechados, o que ainda culminou com um febrão, chá, mimo e torradinhas em véspera de deixar a ilha. E apesar de ter ficado aquém o que eu desejava ter vivido do Natal em Londres, porque foram mais as horas queimadas a esta secretária do que passadas a beber mulled wine lá fora, levo comigo um coração cheio de experiências natalícias quentes e doces e a certeza que o melhor presente de Natal já eu recebi, de uma forma que eu não esperava. Se 2011 me der nem que seja metade do que ganhei em 2010, será um ano em grande.
Bom Natal a todos – encontramo-nos por aqui para o ano!

21 de dezembro de 2010

Cozinha requintada com vista para a Tower Bridge

Le Pont de la Tour

Um restaurante sofisticado, daqueles para os quais preferimos ser convidados do que ter que passar pelo desfalque de dividir a conta. A ocasião exigia uma celebração à altura e por isso não prescindimos de nenhuma das tentações da longa lista de peixes e mariscos. Nota dez para a vista sobre o rio e a Tower Bridge, que ainda ficou a ganhar com a neve, que mais parecia encomendada para completar o cenário.


20 de dezembro de 2010

E.T. wants to go home

Estou assim ligeiramente preocupada com esta história de nevões, aeroportos fechados e tráfego aéreo condicionado. Já brincámos a isso que chegasse tá?

16 de dezembro de 2010

Meia bola e força

Depois das últimas semanas indescritíveis - a maior parte das quais passadas sentada  a esta secretária - e enquanto espero que o telefone toque com a noticia de uma aprovação final para a qual tanto batalhei, especialmente nos últimos dias - recordo esta expressão que um dia me ensinaram, quando me faltavam as forças e a coragem e que me acompanhou sempre como uma espécie de grito de guerra. Hoje era suposto estar aqui a descrever a festa de Natal a que estava previsto ir ontem, mas o vestido ficou embrulhado no plástico da lavandaria, pendurado atrás da porta à espera de uma próxima oportunidade. Enquanto eu me ia transformando em abóbora a teclar furiosamente neste teclado pela noite dentro. É da vida.

9 de dezembro de 2010

O testemunho dos amigos que vieram cá oferecer-me "tempo"

"Relógio de bolso

Precisávamos de ver o teu mundo. Precisávamos de ver Londres pelos teus olhos e pela forma que lhe deste.
Queríamos ter um pouco do teu novo tempo.
Queríamos gozar desses restaurantes, das (tuas) novas experiências.
E conseguimos. Conseguimos isso e muito mais.
Conseguimos ver-te em Canary Wharf, sítio onde passas mais horas do que desejarias.
Conseguimos sentir o quão bem localizado fica o teu 'quente' (literalmente) e cosy apartamento de Farringdon.
Conseguimos testar os 'dim sum' de que tanto (e já muitas vezes no Desafio) falaste, num restaurante que deixou marcas, embora sejamos incapazes de reproduzir o nome.
Conseguimos viver uma festa de aniversário, que ao que julgamos, eram mais duas festas de aniversário ao mesmo tempo, num pub do "outro lado da cidade", em Fullham.
Conseguimos, aí, conhecer a 'comunidade', os tugas e beber mais do que um gin tónico em óptima companhia.
Conseguimos, gozando os últimos minutos, mesmo até aos últimos, ser punks chiques por uma manhã e visitar camden town, num (único) momento de sol da nossa estadia.
 
Recebemos e oferecemos tempo, conversa, momentos à mesa e uma compota da Albion (fica aqui a sugestão para um post do Desafio)...
 
Assim, enquanto o mundo todo temia os horários dos aviões, os atrasos, os cancelamentos e adiamentos, nós, sem sobressaltos, vivíamos cinco dias muito bons. É certo que com muito frio, neve, luvas, cachecóis e protectores de ouvidos, mas sempre quentes... e com 'V' de volta!
 
You are loving it.
We loved it!
 
Obrigado.
R e D"




8 de dezembro de 2010

De Itália à China

Muito, muito rapidamente só para não acharem que eu desapareci, aqui vão mais uns restaurantes para a lista simpática de "Lugares e Sensações" aqui do lado.

Lena

Eu torço o nariz quando me falam de restaurantes italianos hoje em dia. O restaurante italiano típico para mim é aquele sitio onde pago sempre um balúrdio por um prato cheio de esparguete com um molho qualquer e saio de lá saciada – é um facto – mas sem nada para a acrescentar à minha lista de experiências. Depois há aqueles restaurantes italianos mais requintados, que já enchem a vista. E o paladar. O Lena é um desses casos. Um restaurante com uma decoração sóbria mas criativa, a três paragens de autocarro da minha casa em pleno coração de Old Street e com música ao vivo. E embora o risotto não tivesse deixado a desejar, foram várias as razões para atribuir estrelinha a este restaurante.


O desafio era complicado – impressionar amigos de visita no único jantar que íamos fazer juntos em Londres. Optei por privilegiar um sitio acolhedor e invernoso – como pediam o frio e a neve que resolveram dar um ar da sua graça mais cedo este Natal – e uma experiência nova (para eles). A frase mais repetida à mesa foi "gostei do conceito", enquanto nos deliciávamos com dim sum como se não houvesse amanhã (e bebíamos vinho espanhol como se eu não tivesse que trabalhar no dia seguinte). Foi missão cumprida!

2 de dezembro de 2010

Lunchime Christmas recital

Por aqui já se vive o espírito Natalício em força. Mandam-se festive regards, comem-se chocolates e doces à grande e à francesa patrocinados pelo escritório para arruinar os restantes 11 meses de esforço no ginásio, multiplicam-se nas agendas  os almoços, jantares, cafés e lanchinhos de Natal, e até parece que a neve veio completar o postal natalício.

Hoje tive a minha primeira experiência de Christmas Carols cantados no Lunchtime recital promovido pelo meu escritório, onde se seguiram os tradicionais mulled wine e mince pie. Deixo-vos em baixo um cheirinho do que eu vi, pelo octeto VOCES8.

1 de dezembro de 2010

Post Facebook style

Esta manhã, a caminho do escritório.

Como não havia ninguém por perto não apareci na fotografia, mas garanto-vos que estava bem vestida e fotogénica.

30 de novembro de 2010

A face menos glamorosa da vida

É muito giro ver Natais pintados de neve branca nos filmes, quando eles andam milagrosamente sequinhos pelas ruas de NY às compras e intercalam com umas paragens para chocolate quente e uns beijinhos apaixonados em Times Square. Não é giro acordar às 7h com a perspectiva de apanhar um frio de rachar, vir a tropeçar no gelo acumulado no passeio até ao metro mais próximo e depender das graças de Deus para não escorregar mesmo e torcer um pé.

25 de novembro de 2010

O talento não envelhece

Não consigo deixar de me sentir desconfortável quando, depois de anunciarem o seu nome e em contraste com o forte aplauso que rapidamente inunda a sala, entra em palco num passo inseguro e trémulo, aquele corpo débil e franzino, deixando perceber os vestígios da passagem de uma juventude intensa e de uma vida que conta já com 80 longos anos. E ainda assim, é de cabeça erguida que carrega com esforço o saxofone, como se não lhe pesasse mais do que aquilo que ele consegue suportar. O primeiro sopro soa afinado mas incerto, no entanto a falta de firmeza vai desaparecendo ao longo dos primeiros minutos, quando o homem dá lugar à lenda e se percebe que afinal a força está na grandeza e na paixão que se dedica àquilo que se faz. Depois de duas horas ininterruptas a vê-lo tocar de pé com a pujança necessária para levar ao rubro aquelas milhares de pessoas, esqueci o desconforto de assistir à imagem da fragilidade humana e percebi porque este senhor vai tocar até morrer. Porque quer morrer feliz.


22 de novembro de 2010

Back to the good old times

Não sei se se recordam do cepticismo que manifestei aqui. Eu bem acreditava que coisa boa não podia vir do Indiano. E a verdade é que não só lhe dei de mão beijada £50, sem piar nem pedir recibo, como estive 3 semanas a usar um computador sem Office (ele garantiu-me que o meu computador ficava como novo se ele apagasse tudo) e de um dia para o outro.. Pufff… foi-se. Não liga. Não responde. Deu o pifo. Ele e as 1323476874 músicas que tinha comprado no iTunes ao longo dos últimos 3 anos porque sou uma gaja honesta que não alinha em downloads ilegais (versão real: que nunca tentou ir a sites de downloads ilegais porque é preguiçosa e é mais facil ir ao iTunes pagar e já esta) e as fotografias da minha vida (não foi tão grave assim, a maior parte esta num disco rígido, mas algum drama adicional também faz falta).
Estou mesmo lixada. Até tinha programado um post simpático para hoje sobre o concerto do Sonny Rollins mas não sou capaz de dizer nada de positivo depois de ter perdido o meu PCzinho e ter recuado 30 anos. É desta que compro uma máquina de escrever. E já agora uma grafonola.


19 de novembro de 2010

O anel de Kate


Eu sei que estão todos muito empenhados em que eu assista ao fim do mundo e um par de botas enquanto cá estou, mas também era escusado casarem-me o rapaz.

18 de novembro de 2010

It's all about Jazz

A par com os BBC Proms e mais uns concertos aqui e ali, o London Jazz Festival era um dos must go da minha passagem por Londres. E como não sei fazer as coisas por menos decidi ir a 3 concertos – Esperanza Spalding, Herbie Hancock e Sonny Rollins – dois dos quais já aconteceram e o terceiro será este fim-de-semana.

Esperanza era a minha "cabeça de cartaz" e o concerto que eu esperava com mais expectativa. Porque sou uma completa fã do estilo dela, da presença (imaginava eu), da voz doce e ingénua e – claro – das maravilhas que ela faz com aquele contrabaixo.  Porque sim. Mas desiludiu. Para além da miúda padecer daquele problema de mudez em palco – não trocou uma única palavra, um único olhar cúmplice com o publico – achei-a enfadonha, balofa (no sentido figurado, claro) e acho que não fui só eu a abrir a boca várias vezes durante a noite. A qualidade musical não deixou a desejar – entenda-se – gostei bastante das músicas e sobretudo de uma cantada à capela que até me arrepiou. Mas para ouvir música perfeitinha compro o CD ou ouço no meu iPOD. Esperava mais da moça.

Herbie Hancock dizia-me pouco, muito pouco. Mas com ele foi sempre a subir, a subir na consideração, tanto a subir que acabei o concerto super fã dele, de pé, a dançar com os bracinhos no ar a música do encore e a pedir mais com quanta força ainda me restava nas mãos escaldadas de tantas palmas bater. Foram 3 horas de concerto, num final de tarde triste, de um domingo de chuva. Mas ainda assim aquele dinossauro conseguiu que saísse dali a cantarolar. Muito, muito bom. Até vos deixo em baixo um cheirinho da tal música das palminhas do concerto caso não estejam a ver quem é o senhor.

Sonny Rollins será este sábado. O relato aparecerá por cá a seu tempo.



17 de novembro de 2010

Não quero meter nojo nem nada

Mas foi aqui que passei os últimos 2 dias. E tinha SPA.

Eastwell Manor
(Kent)

O que seria dos reencontros se não existissem despedidas

"Londres, 14 de Novembro de 2010

Querida L.,

Se eu pudesse ter um dom... Agora (a caminho do aeroporto) escolheria o "dom de fazer perdurar um momento"... Não para sempre mas pelo tempo suficiente pra m sentir "consolada"...
 Soube a pouco... sabe SEMPRE a pouco! Mas foi o suficiente para levar comigo para casa a certeza que estás bem... (por mais que me custe admitir!)
Foi um fim-de-semana em cheio! Levo uns sapatos já apenas com meia sola, um saco cheio de conversas intermináveis, um sorriso maroto e cúmplice, mil imagens dos lugares que percorres todos os dias e uma (várias) intenções de voltar!

As vivências dão a grandeza que nos define e eu sou GIGANTE, muito graças a te ter na minha vida...

E porque alguém me disse "se não houvesse despedidas, não existiriam reencontros"... Um ate já!
P."

12 de novembro de 2010

Sabor a mar

Eu acho que sinceramente vocês deviam começar a preocupar-se comigo – isto anda tão mau, tão mau, que 2 semanas e meia depois eu só tenho um novo sitio para acrescentar à listinha simpática aqui do lado direito. Preciso de um banho de vida social, é isso mesmo.

Para um ser não carnívoro como eu, é sempre motivo de redobrada felicidade conseguir uma boa refeição de peixe&marisco em terras de HM, que saiba a peixe&marisco e não esteja mergulhada em caril ou natas ou qualquer uma dessas modernices que só servem para entreter. Depois (ou a par com) do Fishworks que já aqui falei há umas semanas, aqui está um belo de um sítio para apreciadores. Simples. Sem mais do que aquilo que é preciso.

11 de novembro de 2010

Poppy Day

Porque um pouco de cultura geral não faz mal nenhum a este blog.
Hoje celebra-se em todos os países da Commonwealth o Poppy Day (ou Remembrance Day), o dia em que se recordam todos os civis e membros das forças armadas mortos ou feridos em guerra. Esta data marca também o fim da primeira Guerra Mundial, acordado acontecer na 11ª hora do dia 11 de Novembro de 1918, e por isso (diz-se) desde 1919, toda a gente (e isto é mesmo real, eu posso comprovar que é muita gente mesmo) usa por esta altura uma papoila na lapela  e às 11h neste dia fazem-se 2 minutos de silêncio. O simbolismo da papoila está relacionado com o poema que transcrevo em baixo.

Esta manhã quando soaram os altifalantes no escritório não se tratava de mais um daqueles testes do alarme de incêndio que me tiram do sério, mas a ordem para os 2 minutos de silêncio. Viver num país e criar afinidade com a cultura é também isto mesmo.


The first chapter of In Flanders Fields and Other Poems (a 1919 collection of poems by John McCrae) gives the text of the poem as follows:
In Flanders fields the poppies blow
      Between the crosses, row on row,
   That mark our place; and in the sky
   The larks, still bravely singing, fly
Scarce heard amid the guns below.

We are the Dead. Short days ago
We lived, felt dawn, saw sunset glow,
   Loved and were loved, and now we lie,
         In Flanders fields.

Take up our quarrel with the foe:
To you from failing hands we throw
   The torch; be yours to hold it high.
   If ye break faith with us who die
We shall not sleep, though poppies grow
         In Flanders fields.


Mau tempo no canal

É muito bonito trabalhar em edifícios todos envidraçados, mas não em dias de vento furioso como o de hoje em que isto mais parece a casa dos espíritos.

9 de novembro de 2010

House warming

Quase um ano depois, decidi fazer a minha house warming. Mas deparei-me com a triste realidade de que perdi o jeito para estas coisas - para além de falhar os cálculos das doses e reparar que no final era já toda a gente sôfrega a atacar o que restava das entradas, o que depois do prato principal é muito mau sinal; lembrei-me 5 minutos antes das pessoas começarem a chegar que não tinha talheres para todos. Pois, nem travessas suficientes. E também não tinha música. Valeram-me a boa vontade da vizinha e a minha capacidade de improviso. Graças a um momento de inspiração decorativa falhada, também arderam velas e a mesinha de apoio tornou-se – primeiro - numa imensa chama e – depois - num mar de cera líquida. Eu só cheguei na parte da cera líquida, e ainda bem, não tinha ganho para o susto. Partiram-se 3 copos e no dia seguinte contei 10 garrafas no vidrão, mas ninguém se queixou do barulho como nos velhos tempos de Coimbra em que não havia festa em que não fôssemos ameaçadas de despejo. Brindámos com Porto, cortesia da outra vizinha. Fomos 3 Continentes numa sala tão pequenina. E ao meu melhor estilo – não podia deixar de ser – acabei as despedidas com a promessa de fazer algo parecido cada dois meses. Pois.

4 de novembro de 2010

Confissões nocturnas III

1. A voz estridente da colega que se senta na sala do lado irrita-me profundamente - cada vez que ela abre a boca só me apetece amordaçá-la para se calar para todo o sempre.

2. Quando a minha colega de sala deixou escapar hoje ao telefone que não sei quem não tem formação jurídica inglesa e por isso nem deveria ser considerada estagiária (embora eu saiba que ela não estava a tentar mandar-me um recado a mim e que ela tem é inveja das pernas jeitosas e da carinha laroca da suposta "estrangeira" – que por acaso é uma russa lindíssima de morrer, mas só por acaso), só me apetecia esbofeteá-la.

3. Sabe mesmo bem dizer estes disparates de vez em quando.

3 de novembro de 2010

O desafio continua.....

O meu Outlook lembrou-me esta manhã que estava na hora de dar o notice do meu apartamento. Se o destino fosse uma realidade estática, eu estaria hoje a começar a preparar o meu regresso a casa. Mas como não é - siga a marinha e a minha missão por terras de HM mais 6 meses.

2 de novembro de 2010

Obrigada


By
os amigos de sempre

"Longe ou perto, de forma visível ou invisível, no escuro ou na claridade, durante o dia ou durante a noite, com todo o tempo do mundo ou mais a correr, com um sorriso ou uma lágrima, com um abraço ou uma mão, com mais ou menos rugas, para contar ou para ouvir, para discutir ou para apaziguar, para dar ou para receber, para abanar ou para descansar, para marcar ou ser marcado... Para ti ou para nós. Seremos sempre os mesmos. Estaremos sempre cá". NóS


Para ilustrar a minha gratidão por todos os gestos de carinho que recebi este fim-de-semana, escolhi a imagem e o texto que me foram oferecidos pel'Os amigos. Eles sabem bem quem são, os autores desses gestos. Porque não há nada de mais especial que alguém nos possa dizer, do que a promessa de que estará a nosso lado para sempre.

Obrigada a todos pelos sorrisos, pelas palavras, por fazerem parte das histórias que foram ficando gravadas nas rugas que me já me vão lembrando que andamos aqui há uns anitos.

28 de outubro de 2010

Das datas especiais

No dia em que eu nasci a minha mãe tinha 29 anos.
Era dia 29 Outubro (um dia de trovoada segundo sempre me fizeram acreditar as más línguas).
Amanhã passam 29 anos desse dia.
Se a coincidência de datas quer dizer alguma coisa, que seja força para alimentar o corpo, clarividência para iluminar a cabeça e inspiração para colorir o coração.  O resto vai-se fazendo.

26 de outubro de 2010

LL está bem de saúde e recomenda-se

Desconfio que este endereço já terá desaparecido dos vossos favoritos mas se alguém ainda andar por cá - coisa que eu tomarei em devida consideração, pois reconheço que não é qualquer alma que aguenta tantos dias a vir aqui e a levar com a música delicodocedepressiva da Kate Nash - pode dormir descansado esta noite pois ainda não foi desta que desapareci da blogosfera, nem desisti de escrever. Mas a exposição contínua e prolongada a um assoberbamento laboral acaba por ter efeitos secundários e causa secura criativa. Mas aqui estou eu back in business- ainda que titubeante entre tantos acentos e cedilhas de um teclado luso, como há muito já eu não teclava - satisfeita pelo meu computador ainda não se ter implodido estando ligado vai para uns dez minutos, depois de ter passado os últimos tempos sujeito a sabe-se lá o quê, nas mãos de um indiano (ou paquistanês ou qualquer coisa que o valha, não sei)  que se dedica a arranjos de electrónica numa rua escura ali para os lados de Tottenham Court Road. Ora, se já me tinha surpreendido a loja ainda existir uma semana depois quando lá passei para levantar a minha máquina, estou maravilhada com o facto da mesma ainda funcionar (aparentemente e por enquanto, claro).

Entretanto reuni aqui uma listinha com alguns sitios por onde passei nos últimos tempos para registo para memória futura (começando pelos sitios que valem mais a pena):


Se eu vos disser que aquilo mete caveiras, mete umas paredes curvilineas em mosaico que fazem lembrar o parque Güell do Gaudi, mete lareiras, mete pormenores barrocos, mete uns cães de louça com plumas, mete tudo o que de mais improvável vocês possam imaginar, não pensem que é exagero - é um restaurante super especial que parece saído directamente de um filme do Tim Burton e aterrado ali em Notting Hill para ser disfrutado com boa companhia e um bom copo de vinho. Está no meu top 5 até ao momento.


Este pub merece uma referência por ter uma boa esplanada, onde se passam uns bons momentos nos (raros) dias em que o sol decide dar as caras por cá.

SOS (Smiths of Smithfiel)

Mais uma perolazinha cá da zona. Um espaço descontraído, assim a fazer lembrar uma fábrica, ou um armazém, com uma música animada para começar bem o dia e uns empregados bem-dispostos. Para quem acorde ao domingo com necessidade de vitaminar-se é aqui mesmo ao SOS que deve dirigir-se.


Quem diria que a um domingo, quando parecia que o fim-de-semana já tinha dado tudo o que tinha a dar íamos acabar assim, a beber (mais) um copo de vinho e a disfrutar de tudo o que temos direito até ao fim. Um pub encravado numa rua de South Kensignton, apinhado de gente gira, nada de estraordinário, mas um daqueles sítios que ficam gravados porque sim. Às vezes isso basta, certo?


 Desilusão. Não encontro outra palavra para resumir a experiência. Eu que já não sou novata nestas coisas devia ter desconfiado - num restaurante ou se janta ou se vê vistas, não acreditem quando vos tentarem vender o melhor dos dois mundos. De facto a vista de 360º daquele arranha céus impressiona, mas não compensa jantar com o prato no colo uma fish pie que no M&S deve ficar aí por umas 3 libras.

E pronto, entretanto desgracei-me e hipotequei mais umas horas de sono. Mas por uma boa causa. Amanhã quando o despertador tocar vou lembrar-me do quanto tinha saudades de estar aqui (ainda que virtuamente) com vocês.

Bem-hajam!


15 de outubro de 2010

Hoje não tenho nada de jeito para dizer. Também acontece. E quando é assim, mais vale não inventar. Sendo assim deixo-vos música para os vossos ouvidos.

Bom fim-de-semana

14 de outubro de 2010

Se fossem todos como o de hoje, os dias podiam ter aí umas 30 horas

Começar o dia com um pastel de nata quentinho na casa mais "Portuguesa" desta cidade, almoço de duas horas num japonês fantástico, sendo que ainda me esperam dois lanches e um jantar num Indiano chique de West End. Tirando o senão de ao fim de uns tempos estar a vestir - pelo menos - dois números acima de calças, era uma vidinha do caraças.

12 de outubro de 2010

Às vezes pergunto-me


Mas porquê que eu não estou a ver este pôr-do-sol de outro sitio qualquer??

8 de outubro de 2010

Celebrity spotting: Check!

O Punch Bowl fica numa rua discreta de Mayfair e ainda que chame à atenção a quantidade de caras bonitas e pernas bem feitinhas, altas e magras a bambolearem-se e a fazerem monte à porta, não diria que era mais do que um pub bem arranjado e com bom gosto numa zona chique de Londres. Mas afinal havia uma razão para aquele aparato todo – o Sr._ex_Madonna é o dono do sitio e costuma andar por ali desde que a dita lhe deu com os pés.

Ora, se ontem à noite aquela malta toda queria pôr-lhe a vista em cima, bem que se desiludiu, porque ele só deu as caras quando a nossa era já a última mesa da sala a meter nojo aos empregados e à saída ainda tive direito a um agradecimento in person do Sr. Guy Ritchie! Também tenho direito a entusiasmar-me com celebrity spotting, ou não?!

7 de outubro de 2010

An Englishman in New York

Kate Winslet by
Jason Bell
Inspirado pelos 120000 english men and women a viver em NY, Jason Bell fotografou algumas personagens britânicas famosas que escolheram ser legal aliens em NY e cujo resultado imortalizado como "Englishman in New York" pode ser visto na National Portrait Gallery.

Embora fosse mais forte o chamamento dos scones quentes do bar do último piso da galeria, altura em que o relógio já chamava para o afternoon tea, não resisti a demorar-me (e a partilhar aqui) nesta fotografia e no seu olhar vago - a meio caminho entre o decidido e o resignado - que naqueles breves segundos sobressaiu de tudo o resto, e - num grito surdo - trespassou o papel e tocou-me como se de um meu próprio sentimento se tratasse. Talvez porque também eu e cada um de nós - acredito - já se tenha sentido alien, num sítio qualquer, num qualquer momento da sua vida.

Do grito do Ipiranga

(ou das razões pelas quais não tenho escrito tanto quanto gostaria)

Ontem já tive que ficar à porta do cinema e morrer na berma da bilheteira, hoje gostava de chegar a tempo das entradas do jantar que me espera em Chelsea.

6 de outubro de 2010

Boa mesa

Isto hoje vai ser rapidinho, rapidinho. Contrato a contrato, minuto a minuto, operação a operação não há tempo a perder! E entretanto chegámos a Outubro! Como eu gosto das castanhas, dos cachecóis, de aquecer a alma em frente a uma boa lareira! Então aquí vão algumas sugestões invernosas e quentes, para uma escapadela este Inverno.

Vinoteca

Uma boa selecção de vinhos, entre os quais mais de uma mão cheia de representantes lusos. Eu experimentei o Australiano "the Black Sock", que acompanhou na perfeição um risotto servido ao balcão enquanto trocámos umas impressões com o empregado que afinal falava Português. Ali ao virar da esquina da mina casa – ainda mais isso.

Cafe du Marche

A comida perde o protagonismo quando um restaurante consegue fazer-nos sentir em casa. Uma sala que poderia bem ser a sala da avó, um tratamento caloroso e irrepreensível, a receita para um jantar demorado em que o conforto foi a palavra de ordem.

The Pig's Ear

Vale a pena a longa viagem até Chelsea, a caminhada pela King's Road num dia cinzento de chuva para depois se disfrutar de um brunch assim. Atendendo ao panorama das mesas do lado - um bom sitio para um almoço de domingo entre amigos, para matar as saudades do calor dos almoços de familia.

1 de outubro de 2010

Woo hoo - It's Friday!

Estão autorizados a pensar que sou uma completa freak – em nove meses que levo de Londres esta foi a quarta vez que almocei fora do edifício do escritório, num restaurante digno desse nome e não pensei em trabalho durante duas horas inteirinhas. Uma pasta super saborosa no Jamie's Italian e um par de horas de gargalhadas e conversas sobre sapatos e gajos com as colegas divertidas do piso depois, e a vontade de trabalho é zero. O lazer, de facto, só atrapalha!

29 de setembro de 2010

O remate de diálogo mais simples e mais complexo do mundo

Partner: (…) então é essa exactamente a tua vontade?
[deep breath]
Associate: é.

E pronto. Está feito.

28 de setembro de 2010

Descobertas Recentes

Se eu tivesse que descrever este sitio com uma frase popular diria "nem tudo o que parece é".
Aquilo que do passeio parece ser uma mera peixaria (com melhor aspecto do que aquilo que qualquer pessoa invariavelmente pensa quando imagina uma) acaba por revelar-se um restaurante elegante onde se come um maravilhoso.. imaginem o quê? Peixe! Mas há marisco à fartazana também. Quase que chegava à altura dos bons restaurantes de peixe de VC, o que é muito bom sinal para um país que acha que a pescada nasce envolta em farinha de fritar.

Intimista, pequeno, acolhedor, quente, confortável, anfitrião, especial. E mais não digo.

The Slaughtered Lamb
Cada vez que conheço um novo sitio nos arredores da minha casa, mais me convenço que não podia viver noutro sitio que não fosse EC1. Definitivamente um pub trendy a guardar na algibeira para impressionar visitas.

27 de setembro de 2010

Coisas de trazer por casa

A minha nova flatmate mudou-se ontem de colchão, malas e bagagens lá para casa. Esta foi a nossa primeira noite "juntas", de modo que de manhã, com a carga de sono que ia, já não me lembrava que ela vivia comigo. Ele há com cada uma que nos acontece quando achávamos que já tínhamos passado por tudo!

24 de setembro de 2010

Nada se cria, nada se transforma, tudo se repete

Há uns largos anos ouvia esta em on repeat e ficou como uma espécie de memória musical dessa altura. Hoje fez-me outra vez sentido.

Bom fim-de-semana

21 de setembro de 2010

Confissões Nocturnas II

Em dias como o de hoje, agradeço sempre a quem me ensinou a contar até 10 antes de explodir e partir tudo à minha volta. Contar até 10 é mais rápido e indolor, sem dúvida.

20 de setembro de 2010

Confissões nocturnas I

Chega a esta hora e eu peço sempre um chá. Mas é só pelas bolachas.

Countryside

Chegamos atrasados e descoordenados à estação de Vitoria naquele sábado invulgarmente solarengo e quente para um dia avançado de Setembro. Ainda conseguimos trocar-nos todos nos comboios e acabarmos na direcção errada a caminho de um outro sitio qualquer.Mas nada disso importa. Voltamos a tentar, desta vez na direcção certa, ainda que 1 hora depois da que estava prevista. Finalmente Seaford e ao longe a costa recortada pintada de branco e verde que nos fez viajar até ali - as Seven Sisters. O sol ajudou a uma longa caminhada por entre aquele manto verde irregular enquanto nos deslumbrávamos com a feliz coincidência daquele sítio nos ter presenteado com um dia de sol assim. Para a despedida, ainda um afternoon tea num pub esquecido numa aldeia perdida algures na província inglesa, momento em que o cansaço começa a vencer-nos a vontade de regressar à cidade. Um dia entre amigos, a repetir.

16 de setembro de 2010

A idade

Atingido um ponto em que me envergonho com os estalidos que o meu ombro produz cada vez que ensaio qualquer movimento que não seja teclar contratos e depois de não passar 10 minutos sem me lembrar que tenho um ombro direito – decidi assumir que a PDI não perdoa e que - posso não ter cabelos brancos - mas de uma maleita profissional já não me livro. Como o plano B não me dava jeito de momento – aceitar aquela oferta de emprego que me fizeram no outro dia de viajar pelo mundo em classe executiva, dormir nos melhores hotéis, palmilhar tudo que são museus de capitais mundiais, mergulhar nas praias mais secretas do Índico, jantar nos restaurantes mais exclusivos e depois só ter de escrever sobre isso – decidi pedir ajuda a uma equipa de saúde no trabalho patrocinada pelo meu escritório. Depois de 30 minutos a ser observada na minha secretária, qual passarinho amestrado, por um senhor de lápis atrás da orelha e olhar circunspecto, que tomava notas ilegíveis e usava termos técnicos que eu não fazia ideia do que significavam – mas aos quais respondia sempre que "sim senhor, é isso mesmo", o resultado foi chegar aqui esta manhã e ter um upgrade descomunal na minha secretária – descansos para pés, apoio para punhos, rato especial, teclado mini especial, suporte para rato especial, cadeira com ajustes especiais, película especial no monitor . Não sei se isto vai devolver o meu ombro à vida activa, mas até lá pelo menos tenho uma secretária que no mínimo parece um avião!

13 de setembro de 2010

Há momentos que devem permanecer assim - indizíveis.


"Dá vontade de viver sempre assim... em família!A seleccionar estas fotos dei por mim a pensar que gosto mesmo muito de vocês!! Os momentos não se repetem (e ainda bem), mas eternizam-se (e ainda bem)."

Obrigada.
LL

10 de setembro de 2010

Mundividência

Já vi um bom amigo feito cá partir para Sydney, hoje despeço-me de outra das minhas favoritas para Hong Kong.

8 de setembro de 2010

BBC Proms 2010

Os Proms 2010 eram um must go da minha passagem por Londres e um programa de luxo convidava a assistir a mais do que um prom ao longo destes dois meses. Entre férias, aniversários, casamentos vários e vais-e-vens a Portugal, sobraram poucas oportunidades de ir e perderam-se todas as oportunidades de assistir a proms com personagens de renome da música. Acabei por assistir a dois, muito diferentes (Children's prom e Prom 70 Ensemble Matheus), mas que despertaram o bichinho para repetir no futuro!
Deixo-vos tambem aqui um cheirinho caso pensem dar um salto cá em 2011!

7 de setembro de 2010

Odeio

...jantar à secretária. Primeiro estranhei, depois entranhei, agora fico irritada comigo mesma por não ter feito as coisas a tempo ou por ter coisas a mais para o meu tempo.

Quando o sistema falha

Uma greve no metro de Londres consegue transformar esta cidade num autêntico pesadelo. Não sei como foi para os outros mas eu consegui a proeza de demorar 2 horas a chegar ao escritório numa viagem inacreditável num autocarro apinhado de gente, por entre um trânsito assustador e ainda ter coragem de me meter um comboio igualmente sufocante e lotado. Um dia que começa assim torto tenho sérias dúvidas que se endireite.

3 de setembro de 2010

Is anybody there?????????????????

Não me parece. Então olha, vou arranjar interlocutores para outras bandas.
Bom fds

2 de setembro de 2010

Um paraíso idílico

Não vou repetir o que dizem os sites. Que é o número qualquer coisa na Europa, que reúne um número qualquer de espécies, que tem não sei quantos anos e outras verdades dos números. Eu quero falar do que eu senti. Depois de meia hora de comboio para algures às portas de central London, senti-me desligar da cidade e desfrutei com todos os sentidos o cheiro húmido das estufas de Kew Gardens e o calor a aquecer-me as costas enquanto almoçava entre árvores que não consegui adivinhar o nome. E a viagem valeu pelo treetop walk… agora pelo menos já posso dizer que andei na copa das árvores.

Treetop Walk

The Garrison

Não teria sido preciso muito para, naquele dia, ter gostado de jantar aqui. Numa sexta-feira, em que me esperavam três dias longe de contratos e computadores e em que a meteorologia prometia o tão aguardado sol, depois de uma semana ininterruptamente a chover. Mas ainda assim, ainda que aquele dia não exigisse muito para acabar bem, não podia ter desejado melhor sitio para um copo de vinho tinto saboreado sem pressas, numa sala que me fez lembrar o conforto das casas vividas e com história, sob um tecto baixo de madeira a aconchegar o momento.

31 de agosto de 2010

Ah coiso e tal

(ainda inspirada pela dose de revivalismo de Gatos deste fim-de-semana) depois de três dias de dolce far niente por Londres é isto que para já tenho tempo para dizer.

PS: desculpem-me a estupidez mas 14 horas a uma secretária dão cabo da sanidade de uma pessoa

27 de agosto de 2010

Quando se fala em restaurante Português em Londres…

Fala-se no Portal. Acho que a fama do dito começou com um jantar famoso entre o Mourinho e o Ashley Cole - mas não sei confirmar isso, percebo pouco de futebol e ainda menos de gossip do mundo do futebol. Mas voltando ao restaurante: não achei que se tratasse de uma casa portuguesa com certeza – fiquei desiludida com o facto de na ementa não constar o nosso amigo bacalhau – mas achei que vale a pena abrir os cordões à bolsa e experimentar aqueles pratos maravilhosos de nouvelle cuisine acompanhados de um bom vinho Português.

26 de agosto de 2010

Direito constitucional

Oxo Tower Restaurant

Depois de um simpático almoço de 3 horas com esta vista, devia ser proibido regressar à secretária para conspurcar os olhos de azul Windows.

23 de agosto de 2010

Olha para o que eu digo.....

É suposto eu ser a mentora de um jovem de 15 anos que durante esta semana vai partilhar sala comigo, naquela que será a sua primeira experiência profissional. Estou em fase de auto-convencimento de que ser-se advogado é a melhor coisa do mundo. Aceitam-se bons argumentos.

19 de agosto de 2010

Marrocos - Algumas imagens


Vista da Medina de Chefchaouen

Medina de Fez
Pormenor de uma parede

Medina de Fez
A rua mais estreita da Medina (50cm)

Medina de Fez
Um emaranhado angustiante de casas

Medina de Fez
O trabalho das peles / pormenor da tinturaria

Medina de Fez
Minarete de uma das muitas mesquitas da Medina

Medina de Fez
O Talho (!)

Medina de Fez
A zona comercial - pormenor da loja e do meio de transporte estacionado à porta

Floresta dos Cedros
Uma estrada mágica

Floresta dos Cedros
Pelas montanhas do Atlas
uma paisagem desértica
Pelas montanhas do Atlas
As localidades e as pessoas
Marrakech
A praça mágica Djemaa el Fna
Medina de Marrakech
O aguadeiro com traje tipico
Toubkal (segundo ponto mais alto de África)
Kasbah du Toubkal - 40 miles from Marrakech a million miles from anywhere- uma pousada única
El Jadida
Herança Portuguesa - Cisterna onde se filmaram cenas de um filme do Orson Welles
Toubkal
As aldeias
Marrackech
A praça mágica Djemaa el Fna


18 de agosto de 2010

LoungeLover

De repente dás por ti em Shoreditch sem perceber muito bem porquê que foste ali parar, numa rua que não parece prometer por aí além. Mas ao virar da esquina, num beco ao estilo daqueles que servem para ajustar contas nos filmes, ali está ele, pretensiosamente exuberante e uma menina aprumadinha à porta a fazer a triagem dos clientes e a garantir o ar selecto. Uma decoração muito original, música adequada às conversas animadas que cruzam as mesas, uma lista infindável de cocktails e sushi&sashimi para entreter.

17 de agosto de 2010

Porto Seguro

Há um sítio muito especial que faz parte da minha vida e das nossas vidas - Almoçageme.
Há sítios nos quais somos sempre felizes, somos família, somos amigos, somos sorrisos. E trazemos esses sítios no coração, como que a ancorar-nos à nossa existência e a lembrar-nos quem somos, andemos por onde andarmos, por esses caminhos que a vida nos leva.
Este fim-de-semana em Almoçageme foi assim - fomos nós, nas longas horas passadas à mesa, a ouvir e a contar as histórias que vão se repetindo ano após ano, mas que soam sempre únicas e em que rimos até às lágrimas com a mesma vontade como quando as ouvimos pela primeira vez. E ano após ano continuamos a ser desorganizados, a falar todos ao mesmo tempo, a implicar com as mesmas coisas, a abraçar na hora da chegada e a despedir com a voz embargada e a lágrima no canto do olho no momento da partida.
Ate para o ano, Almoçageme, por aquilo que representas.

LL

13 de agosto de 2010

Shanghai Blues

Este restaurante chinês está a léguas de distância de um que costumávamos ir na marginal da Póvoa (isto só dirá qualquer coisa a uma pequena percentagem de leitores deste blog) nos tempos em que se já não éramos crianças, ainda andávamos muito lá perto. Comíamos alegremente uns clepes plimavela mergulhados em molho de soja (para disfarçar o sabor ou a falta dele) e dividíamos uns quantos chop soys de gambas e de polco empurrados com coca-colas e splites. E no final pagávamos uma fortuna – não me lembro bem, mas devia rondar os mil paus ou isso. Que saudades.
Se perderam a oportunidade de conhecer o chinês da marginal enquanto eram jovens imberbes, então não percam este sítio – cheio de pinta, bom atendimento, bom ambiente, boa localização. E posso garantir que não vi chop soys na lista.

12 de agosto de 2010

Procura-se

A partir de hoje estou oficialmente à procura de flatmate.
Espalhem por favor a notícia pelos vossos contactos!
Obrigada

10 de agosto de 2010

Marrocos – O pior (virão depois o melhor e as imagens – em jeito de quem come a bola com creme a toda a volta e deixa o creme para o fim)

À mesa

Desengane-se quem acredite que vai a Marrocos sentar-se à mesa e perder a cabeça. Os Marroquinos são tão pouco imaginativos e pobrezinhos de espírito que só sabem cozinhar batatas, cuscuz, courgettes, cenouras e uma carne que nunca viu frigorifico e que antes do tacho serve também o propósito de ornamentar as bermas de estrada e esplanadas e faz as maravilhas de todas as moscas locais. E depois espetam-lhe com tamanha quantidade de especiarias que ao fim e ao cabo acaba tudo a saber ao mesmo – pode ser saboroso, mas é monótono. E é isto o famoso Tagine Marroquino – depois de dois dias no território do país, só a palavra já enjoa.

Claro que tivemos algumas excepções e boas surpresas – restaurantes em zonas mais urbanas e turísticas – sendo que todos eles reuniam os seguintes requisitos: não serem geridos por Marroquinos, envolverem o mínimo possível a mão desleixada de Marroquinos e não servirem Tagine. Pois bem – o melhor que se consegue à mesa em Marrocos é uma mesa que nada tenha a ver com Marrocos.

(A falta d')As defesas

O guia bem avisava "no matter what you eat in Morocco, at some point of your trip you will have diarrhoea". É assim, está escrito, toca a todos. E quanto mais te convences que até tiveste cuidado, que vais mudar o rumo da história, que já passaram uns dias e vais-te mantendo integro – tu, que até disseste Não aos maravilhosos sumos de laranja natural espremidos por mãos que sabe Deus e servidos em copos que nunca viram água –, vais acabar por adoecer. Eu também lá também tive as minhas 24 horas para não me armar que sou diferente.

Nem tanto ao mar nem tanto à terra

Depois de uma espécie de recorde alcançado – o de viver estoicamente 10 dias consecutivos em Agosto a uma simpática temperatura muito para lá dos 40° graus (nunca olhei para um termómetro para ficar sempre na dúvida se o calor era apenas impressão minha) e sempre pelo menos a umas 4 horas de distância do mar mais próximo – sonhámos com aqueles dias merecidos em que então desmaiaríamos quais heróis regressados a casa no areal imenso de Essaouira e mergulharíamos os nossos corpos sedentos de frescura nas águas frias do Atlântico.
Só que a bela tinha um grande senão – uma ventania insuportável capaz de mandar as Nortadas furibundas das praias do Norte para a fasquia de um ventinho fresquinho e agradável. Moral da história – passou-nos ao lado o facto daquele sítio ser o templo dos kitesurfers e dos windsurfers – o que para quem quer ocupar os seus dias na canseira do cá e lá entre a espreguiçadeira e o mar – convenhamos – não dá muito jeito.

E são estes os três "menos" da aventura Marroquina destas férias que agora esteja a ver. Contas feitas nem foi nada mau. E esperem até eu começar a falar do "mais, mais" - é uma lista que nunca mais acaba.

9 de agosto de 2010

Back in business

Estou de volta.

Confesso que hoje nem queria acreditar quando me vi de novo numa rotina casa-trabalho (e mais logo trabalho-casa) que só percebemos que é rotina quando vivemos em plena liberdade e somos felizes 17 maravilhosos dias, de mapa na mão e chinelo no pé.
Como padeço deste problema de neurite aguda pós-férias, creio que só lá para o final da semana conseguirei dizer qualquer coisa de jeito que não seja lamentar-me por ter que trabalhar e não poder viver dos rendimentos.
Sendo assim vou ali curar esta neura e já volto – sim?

2 de agosto de 2010

Os cisnes reais

Partilhar sala com uma britânica de gema tem-me proporcionado conhecer tradições curiosas da elite inglesa. Hoje aprendi que existem associações que atribuem aos seus membros certos direitos que remontam à época medieval (muito úteis nos dias que correm entenda-se) - tal como o direito de atravessar a London bridge com carneiros ou de ser proprietários de cisnes (esclareca-se que os cisnes por cá são um animal real). Por isso todos os anos decorre durante uma semana no rio Tamisa o "Swan upping", que é nada mais nada menos do que uma contagem de cisnes reais feita por senhores aristocráticos. Vejam mais sobre esta curiosidade se vos interessar aqui.

29 de julho de 2010

LL à descoberta dos autores britânicos

Depois de ter pedido uma sugestão aqui e do MysterOn me ter dado a conhecer o David Lodge, queria dizer-vos que valeu muito a pena e sugerir-vos que se lancem num dos muitos livros do senhor. Eu li (ou antes - absorvi sofregamente) o "Deaf Sentence" e adorei. Entretanto todas as sugestões que tenham - nao se acanhem, e eu agradeço.

26 de julho de 2010

Boa noite

Com um Punhado de estrelas algures do Norte de Africa



I was lying in my bed last night
staring at a ceiling full of stars
When suddenly it hit me
I just have to let you know how I feel

22 de julho de 2010

E entretanto

E desta feita vou ali a Marrocos inspirar-me e volto já.



Aceitam-se encomendas de especiarias e/ou tapetes e/ou quinquilharia variada (a taxas muito competitivas).

Entretanto deixei umas coisas agendadas para serem publicadas durante a minha ausência, para não deixar este canto entregue a si mesmo e totalmente silencioso.


Fiquem bem. Até lá.
LL

21 de julho de 2010

Está quase, quase

Féria
nome feminino
1. dia de semana
2. salário semanal do operário
3. rol, lista desses salários
4. [plural] dias feriados em que se suspendem os trabalhos oficiais
5. [plural] determinado número de dias consecutivos, destinados ao descanso de trabalhadores ou estudantes
6. [plural] figurado descanso
(Do lat. ferìa-, «dia de festa»)

20 de julho de 2010

That's how life is

Ter um problema doméstico era a última coisa que me podia acontecer em véspera de férias. Já passei uma hora em telefonemas sucessivos e não consegui evitar usar palavras chave como "poison" e "trap", o que fez com que o meu problema doméstico passasse a ser assunto do 25° de UBS. Já ouvi de tudo – desde que "é muito normal em Londres", que "eu até cresci no campo e não me importo nada" (vai lá viver p'ra casa então), que "há coisas piores" (a consolação recorrente para todos os males no mundo). Já houve debates se quem vai alombar com os custos devemos ser nós ou o senhorio (vamos ser nós mas eu até já me estou nas tintas). E já nem falo do gozo dos amigos e da família em mensagens e telefonemas vários. Obrigadinha a todos – sim?

19 de julho de 2010

Ainda sobre a amizade

Agora aqui sentada nesta secretária, entre papel e cabos e candeeiros e impressoras, para além da promessa de um fim de tarde vivido algures entre uma boa conversa e um copo meio vazio, meio cheio de uma coisa qualquer - mais uma daquelas promessas que deixo morrer do lado de lá da janela da minha sala sem tempo de honrar – e não fosse o calor teimoso que persistiu na pele não obstante os esforços de tentar compensar o exagero de um sol há tanto tempo adiado, já pouco restaria do fim-de-semana passado, senão algumas imagens captadas em fotografias e a memória vaga das conversas que se diluíram no arrastar lento e pesado de horas queimadas num lume deliciosamente brando e preguiçoso. E são esses vestígios de um momento bom vivido sem pressa entre amigos do agora e do depois, algures num recanto perdido na amplitude quente da Beira, que agora me pesam as pálpebras e me tiram as forças ao corpo, como uma resistência inglória em voltar à vida real, ainda que por uns escassos dias antes de pegar nas minhas coisinhas e partir de novo para uns dias mais de liberdade. Mas não sem antes me demorar um pouco mais por aqui esta noite, para deixar registado um obrigada à M., pelo momento e pela amizade.

16 de julho de 2010

No outro dia a minha flatmate perguntava-me se eu tinha alguma implicação especial com os brunchs dos restaurantes de Chelsea e Notting Hill. A explicação para correr para lá (quase) todos os fins-de-semana é porque não desiludem. E quem passa a semana a sonhar com uns bons eggs florentine não pode acabar desiludida. O ultimo fim-de-semana experimentamos o PJ's, em Chelsea – embora seja um pouco invernoso para um belo dia de Verão, prometi voltar a partir de Setembro para provar as coisas maravilhosas que vi passar para as outras mesas.

15 de julho de 2010

Um apontamento pragmático

A partir de ontem podem encontrar aqui ao lado uma "etiqueta" (passo a expressão à mente brilhante que se lembrou de designar isto assim) de Lugares e Sensações (a qualificação da "etiqueta" – sim – já é minha) onde reúno todas as impressões que vou tendo no que a restaurantes e experiências gastronómicas diz respeito. Dos que valem a pena, claro. De outro modo nunca os meus caros amigos se lembrariam de na véspera de uma escapadinha a Londres, andar a vaguear pela baralhação de ideias que anda por aqui, para aproveitar o que vale a pena. Ou que pode valer - não sei – há aí muitos guias à venda, mas eu prefiro sempre ouvir falar o garfo de um amigo.

E obrigada ao VV por me ter dado esta sugestão, ou não fosse pragmático o nome dele do meio.

14 de julho de 2010

Uma noite como outra qualquer

Esta pontada leve mas contínua no canto superior direito da cabeça não me deixa ignorar desde esta manhã que não devia ter bebido aquele último gole de vinho do Porto. Se calhar, o último copo também não me teria feito tanta falta assim. Mas que se lixe, o amanhã pode esperar e as amizades também se constroem em momentos assim: uma noite serena, uma varanda, uma garrafa de Dão e outra de Porto trazidas à socapa na mala de Portugal, um bocadinho de queijo aqui e mais uma coisinha ali, duas amigas, tantas estórias do passado, um presente que nada nos diz sobre o futuro. Só quando o relógio marca já a segunda hora do dia seguinte é que percebemos que a noção de tempo tem aqui uma dimensão diferente, mais vasta, mais imperativa, e por isso ontem à noite foi como se nos conhecêssemos desde sempre.
 
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