Agora aqui sentada nesta secretária, entre papel e cabos e candeeiros e impressoras, para além da promessa de um fim de tarde vivido algures entre uma boa conversa e um copo meio vazio, meio cheio de uma coisa qualquer - mais uma daquelas promessas que deixo morrer do lado de lá da janela da minha sala sem tempo de honrar – e não fosse o calor teimoso que persistiu na pele não obstante os esforços de tentar compensar o exagero de um sol há tanto tempo adiado, já pouco restaria do fim-de-semana passado, senão algumas imagens captadas em fotografias e a memória vaga das conversas que se diluíram no arrastar lento e pesado de horas queimadas num lume deliciosamente brando e preguiçoso. E são esses vestígios de um momento bom vivido sem pressa entre amigos do agora e do depois, algures num recanto perdido na amplitude quente da Beira, que agora me pesam as pálpebras e me tiram as forças ao corpo, como uma resistência inglória em voltar à vida real, ainda que por uns escassos dias antes de pegar nas minhas coisinhas e partir de novo para uns dias mais de liberdade. Mas não sem antes me demorar um pouco mais por aqui esta noite, para deixar registado um obrigada à M., pelo momento e pela amizade.
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