31 de janeiro de 2010

Uma dificuldade inultrapassável

Passar a estrada.

Nem todas têm instruções destas (nomeadamente a estrada que atravesso todos os dias para chegar ao escritório) o que torna este simples acto numa aventura diária, e me obriga a fazer uma figura ridícula. Olhar duas vezes para a direita e duas para a esquerda, e fazer figas para não ser atropelada!

29 de janeiro de 2010

Mais um dia na cidade

Acordar numa casa silenciosa. Tomar o pequeno almoço a ver o BBCone. Tomar o café dos Italianos da esquina. Cruzar-me com gente desconhecida, atarefada. Subir ao 25º e já estar envolvida em projectos. Começar a sentir-me familiarizada. Inscrição no ginásio concluída, prometer que é para a semana que começo. Almoçar sozinha em 10 minutos, com vista para o canal. Sentir-me cansada. Receber uma mensagem a desafiar-me e sentir que não posso dizer que não. Não quero dizer que não. Sair apressada para o metro e passados 45 minutos chegar ao destino. Chancery Lane. Não me lembro de já aqui ter estado. Esta frio, chove. Conhecer mais gente. Mais vidas. Mais histórias que cruzam oceanos e culturas. Beber um Pinot Grigio e embalar-me na conversa. Regressar a casa. Sozinha. Sentir-me preenchida. Mais um dia nesta cidade.
LL

27 de janeiro de 2010

E ao 4ºdia....

sentes-te emigrante quando percorres um corredor só para confirmar se é o Durão Barroso que está na capa de uma publicação do escritório e ainda ponderas trazer um exemplar para casa. Desisti a tempo.

LL

O calor que vem de Portugal


Uma das coisas para as quais não me preparei devidamente para viver nesta cidade foi o clima. Ir passar o fim-de-semana a Berlim em Dezembro e uma semana à neve já eu sei bem o que é, mas viver numa cidade onde está sempre nevoeiro e um frio de gelar as orelhas não é coisa para a qual se nasça preparado.

Todas as manhãs lá tento descobrir na minha mala uma coisinha quente que me aqueça a alma no percurso de 5 minutos a atravessar o Tamisa mas todos os dias reconheço que devo viver num país espectacular, pois não tenho nada que surta efeito.

Valem-me uns italianos que montam todas as manhãs uma banca ali à frente de café_quase_a_chegar_aos_calcanhares_de_um_nespresso pelo qual pago um balúrdio, mas que vale bem a despesa e acompanha a matar o único cigarrinho do dia a que tenho direito.

Mas era suposto estar a falar de calor, desse que me chega de Portugal. Por e-mail, pelas palavras escritas nos comentários, pelo Skype, pelas sms, pelos telefonemas para o telefone do escritório a meio da tarde meia hora depois de ter chegado à minha secretária ainda eu não sabia o meu número, pelas chamadas para o telemóvel, chegam-me tantas razões para diariamente me sentir bem aqui e ter a certeza que sou uma privilegiada por ter trazido tanta gente comigo que me acompanha no dia-a-dia.

LL

26 de janeiro de 2010

10 upper bank street

E é mesmo aqui que vou estar nos próximos tempos. Num dos andares do topo, com uma vista fantástica sobre a cidade (nos 10 dias do ano em que não estiver nevoeiro).

Até agora conheci os 4 primeiros andares, ali sobe-se literalmente devagar e não é do pé para a mão que se ganha uma viagem ao 25º!

Estes dias têm sido a aprender o básico, o essencial, o que não sabia e até o que já sabia (em Portugal também há Windows 2007 e sistemas de gestão documental!). Mas acaba por ser bom ter uns dias para me ambientar e aproveitar para sair às 5 da tarde! O problema são os biscoitos irresistíveis dos coffee breaks, não há dieta que aguente!

O que vale é que já conheci o ginásio e estou cheia de vontade de (re)começar a manhã a suar. Para a semana! Depois compenso nos biscoitos e nos capuccinos!

Eu sei que estou a bater na tecla da multi_qualquer_coisa, mas o que mais me tem impressionado nestes primeiros dias é mesmo a quantidade de pessoas diferentes que encontras a cada passo. São asiáticos, pretos, brancos, loiros, escuros... Ainda estou naquela fase em que me apetece perguntar a toda a gente de onde é, "como é lá na sua terra"? Só para vos dar uma ideia vou partilhar gabinete com uma Argentina de BA e a minha secretária é asiática.

E por hoje é tudo meus amigos. Volto em breve com mais novidades!

25 de janeiro de 2010

Chegar

a esta cidade não me deixou indiferente.

Depois de uns dias carregados de tensão de despedidas_que_supostamente_não_eram_despedidas, foi um alívio sentir-me imediatamente parte de uma rede multi-cultural e frenética como é Londres. E embora não possa ignorar o amargo na boca por estar longe de casa, tive logo a certeza que sairei daqui mais e melhor do que cá cheguei, e essa é a meta.

A simpática recepção fez-se logo sentir no sábado quando cheguei à minha casa para as próximas 3 semanas. Um apartamento simpático, simples, confortável, a 5 minutos do escritório para ter mesmo que me preocupar o menos possível.

Nesta zona tenho tudo o que preciso para ser feliz nestes primeiros tempos: supermercados, quiosques, lojas, tabacarias e uma estação de metro. É só andar para a frente!

Começámos bem o fim-de-semana com um programa em Camden Town, um festival de música Folk num sítio no mínimo peculiar chamado Cecil Sharp House ao fim da tarde seguido de copo num pub da zona. Ainda não era meia noite e já estava a "noite feita", estava pronta para regressar a casa, pois afinal o meu dia tinha começado às 6 e como se não bastasse tinha tido a feliz ideia de carregar as minhas malas de transportes até casa.

E três dias depois posso confirmar que isto não está a ser tão difícil como imaginava. Já me rendi aos jantares pré-preparados do M&S, estou a sobreviver sem os meus Nespresso&cigarro e ainda não choveu desde que cá cheguei. Easy!

LL

15 de janeiro de 2010

three...two...one...GO!


Uma hora depois da confirmação oficial recebi o primeiro e-mail. Uma inglesa simpática dos recursos humanos, a apresentar-se e a dar-me conta que lideraria o "processo" de admissão à Clifford Chance que começaria logo ali. Naquele momento não percebi o que isso queria dizer, mas hoje - sim - já entendo.
Dois dias passados e já me arranjaram uma casa para as primeiras semanas em Londres. Tenho a morada, sei onde apanhar as chaves, mais duas páginas de instruções (!) para o acesso à casa e penso que aquilo até deve explicar como ligo o fogão e lavo roupa. Confesso que não li tudo.
Mas o "processo" não se fica por aqui.
Já respondi a 2 questionários online enviados por empresas sub-contratadas que me tomaram, cada um, aproximadamente 40 minutos. Neste momento já deve haver poucas coisas que não saibam sobre mim. Quantos cigarros fumo, onde vivi nos últimos 3 anos, a quem desejaria deixar o meu seguro de vida, qual o nome pelo qual prefiro ser chamada, quanto peso, onde tenho contas bancárias.
E há mais. Recebi um CD-ROM com acesso a uma data de informação de HR, desde benefícios salariais, férias, faltas, dress code, e uma quantidade infindável de informação, regras, códigos e formulários para fazer tudo e mais alguma coisa. Mais uma vez: passei os olhos, não li. Estou a ver que começo bem.
O meu contrato de trabalho tive que ler, mas nunca tinha ouvido falar de contratos desses com 42 páginas.
Já tenho a lista telefónica da equipa para me ir familiarizando com os nomes e saber "Who's who" naquele sítio. Afinal, são cento e tal pessoas para conhecer, gerir e cumprimentar diariamente.
A aventura começou, ainda estou aqui sentadinha na minha secretária em Lisboa e já pressinto o que aí vem. Vai começar a dança!
LL
 
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