5 de março de 2010

As surpresas continuam

Quando finalmente me decidi a comprar online umas coisas há tanto tempo adiadas – uma capa para evitar que as molas do meu colchão acabem com a minha coluna para sempre, bilhetes para um musical (o mais óbvio, Mamma Mia, para começar) também para acalmar a perplexidade do meu pai por ainda não me ter entregue a um programa cultural em Londres e os bilhetes para a minha Easter break – qualquer coisa correu mal à terceira, de modo a que o meu bom nome na praça não chegou para literalmente comprar uma passagem para Edimburgo. A irritação miudinha começou quando, umas horas mais tarde, tentei comprar umas coisinhas numa loja e tive que levar com a menina de sorriso simpático a dizer que "népias, tira o cavalinho da chuva, queres comprar paga com dinheiro que o teu banco não te autoriza". Mau! Comecei a suspeitar que alguma coisa estava mesmo errada ali. Depois de uma hora ao telefone com pelo menos 5 operadores do call center – já que nenhum deles era verdadeiramente a pessoa certa para tratar do assunto, "não estou bem a perceber qual o problema, vou passar a alguém que a possa ajudar", "não sei mas vou passar a alguém que saiba", "sim, claro, mas está a falar para o departamento_de_apoio_a_reclamações_de_clientes_blá_blá_blá e deve falar com o departamento_de_apoio_a_clientes_blá_blá_ com_problemas_em_transacções_online" – lá consegui chegar à fala com alguém que finalmente me conseguiu explicar a forma bizarra como funciona por cá a relação Banco/Cliente: basicamente os bancos por cá funcionam como uma espécie de pais ou de suprema voz da consciência, actuando de forma voluntária e discricionária, autorizando (ou não!) as operações bancárias dos clientes consoante considerem essas operações "normais" ou "anormais" - para os critérios deles, claro. Ora, como é possível uma mesma pessoa lembrar-se de comprar, no intervalo de uma hora: uma capa de esponja para um colchão, 2 bilhetes para um musical e 2 bilhetes de comboio (sim, esta parte a mais estranha: tem dores de costas e vai meter-se 4 horas num comboio???? No way!)?? Toca a cancelar isto tudo!

Foi assim por isto que fiquei impossibilitada de usar o meu cartão e gastar o meu dinheirinho durante 12 horas, até perceber que daqui em diante vou ter que avisar (espero que não inclua pedir com jeitinho) o meu banco cada vez que me der na gana comprar umas coisas descasadas e saltar sem pudores de uma Ted Baker para o Primark, ou sempre que tentar à má fila ir gastar libras para outro país. É assim meus amigos, querem fazer das boas toca a confessarem-se ao banco!
LL

5 comentários:

  1. Por cá os bancos controlam a nossa vidinha toda... mas pelo menos da-nos 'liberdade'... (condicionada aos cifroes em conta)!
    Aí, para alem de te controlarem... conseguem ser uma sombra "ES-TAS A A-BU-SAR!NÃO A-CHAS QUE JA CHE-GA DE PA-SSAR O CAR-TAO! CON-TRO-LA--TE! ES-QUE-CE TU-DO QUE GOS-TA-VAS DE COM-PRAR #$%&$#%"

    beijinhos

    ResponderEliminar
  2. Tirando o transtorno que isto te causou, não pude deixar de rir com o teu relato, mais uma vez bem escrito!

    Bjs

    ResponderEliminar
  3. Obrigada R.! Um beijinho e fico contente por ver-te por ca! Um beijinho!

    ResponderEliminar
  4. Espectacular! Adorei o post! Esses gajos são mesmo estranhos...ainda bem que em pouco tempo estarás de volta ao bancos mãos largas que te deixam gastar o saldo todo em chocolates enquanto o diabo esfrega um olho...hehehehe

    ResponderEliminar
  5. Já sei o que quero para o meu aniversário - uma t-shirt da TED BAKER... São muito pintas!! e estou a ser meiguinho, podia pedir mais coisas...

    Beiiiijos

    ResponderEliminar

 
Site Meter Site Meter