A minha complexa rotina matinal começa no momento em que ponho o pé na rua até ao momento em que entro no elevador em Canary Wharf – ao todo 35/45 minutos de hábeis manobras, ultrapassagens engenhosas e posicionamentos estratégicos, tudo feito automaticamente ao segundo certo. Dois meses e tal depois aposto que conseguia fazer tudo de olhos fechados.
Depois de descer a rua até ao metro posiciono-me no lado certo do passeio para conseguir agarrar das mãos do senhor que distribui as publicações gratuitas diárias à porta da estacão, o meu exemplar. Um desvio de centímetros pode custar-me muitos encontrões e caras feias – são centenas de pessoas a tentar entrar e sair por uma mesma porta, não se esqueçam - o que pode ser uma forma de começar logo mal o dia e um péssimo pressagio para os desafios que se seguem. Descer as escadas a correr para apanhar o primeiro (de três!) metro, que a maior parte das vezes está mesmo a chegar. Tentar começar a ler o jornal – esta linha é mais desanuviada do que a seguinte, por isso tento dar um adianto e matar as principais notícias logo ali. Duas estações depois, voltar descer escadas, percorrer corredores apinhados de gente e entrar na pior linha de toda a rede de metro – a Northern Line (uhhhh, medoooo). Aqui, conseguir entrar na carruagem exige o seu quê de perseverança, cara podre, lata e um bocadinho de força. Depois de um empurrão certeiro e decidido, lá consigo entrar num comboio que – sem excepção – vem com a lotação esgotada já desde o momento em que parou na primeira estação. Completamente encurralada e espremida, lá consigo pôr um olhinho no jornal, mas também já sei que não consigo ir além de umas imagens e (no máximo!) as respectivas legendas. Uma paragem depois, descer mais escadas, mais corredores e entrar no momento mais confortável da minha viagem – o DLR, ou mais conhecido como comboio_maravilha_que_vai_à_superfície_e_tem_quase_sempre_lugar_sentado. Doze minutos depois cheguei ao destino.
Hoje lembrei-me de vos descrever isto pois foi um dia inédito – consegui o hat trick com a proeza de barrar as portas dos três comboios em que entrei. Sabem aquela história que eles estão sempre a repetir nos altifalantes das estações
LL
"stand clear the doors please!"pois isso mesmo! - aquilo que eu consegui não fazer hoje nas três oportunidades que tive. Não nasci para ser britânica, está visto.
LL
oh amiga, começo a temer por esses ossinhos! ;)
ResponderEliminarMuito boa a descrição...
Mais uma vez uma brilhante descrição das "coisas do dia-a-dia"!!! beijo grande
ResponderEliminarmy dear, aproveita. como te disse, depois vais ter saudades disso... até das aventuras no metro até canary wharf! um beijo B
ResponderEliminarOlá B! Eu sei que sim! Por isso segui à risca todas as tuas preciosas dicas! :)
ResponderEliminarGostei de te ver por cá! Beijinhos!
Ah ah ah... imaginei todas as tuas caras... e os teus empurroezinhos... e lembrei-me da tua historia.. do "Sorry... Sorry.................(STOP SAY SORRY).............................. Sorry" - que já tem para ai 15 anos e tu se calhar ja nem te lembras!
ResponderEliminarMuito bom... beijo
nao me lembro dessa historia!!! Como e' possivel??? Refresca-me a memoria!
ResponderEliminarOra viva! Passàmos uma boa tarde deste domingo a ler o teu blog... foi uma excelente ideia,parabéns, está fantástico! Assim até parece que estamos mais perto uns dos outros. Beijinhos! Claudia, Zé Pedro e Inês.
ResponderEliminarOla Cláudia, Zé e Inês!! Que bom "ver-vos" por cá! Espero que estas crónicas vos façam viajar um bocadinho por aqui e vos convençam a uma visita!
ResponderEliminarAté breve!
Beijinhos
LL